19/11/2008 - 10:00
A escritora canadense Tara Moss, 35 anos, é famosa por suas novelas policiais que são hoje best sellers na Austrália e foram traduzidas para dez idiomas e publicadas em 14 países. Após o lançamento dos primeiros romances, a estonteante beleza de Tara, que trabalhou muitos anos como modelo, ofuscou a sua carreira e até a autoria de seus livros foi questionada. As críticas eram de que ela usava a sensualidade para promover a sua literatura e que não escrevera um só capítulo das obras que lhe eram atribuídas. Uma década e quatro romances de sucesso depois, agora ela acredita que isso é assunto superado: "Ninguém duvida mais de que sou eu mesma que escrevo os meus livros", diz ela, que também é notícia por alguns hábitos excêntricos – cria imensas serpentes, que chegam a medir 2,5 metros, como animais de estimação (a que está na foto é uma píton e chama-se Gomez). E gosta de as enrolar em seu corpo enquanto escreve as suas histórias. Tara é apaixonada pelos répteis desde a infância e mantém em sua mansão em Sydney um criadouro para esses animais.
O primeiro romance de Tara, Fetiche (Editora Fundamento, R$ 38,50, 310 págs.), acaba de ser lançado no Brasil. Foi escrito quando ela tinha 23 anos. Na história, um serial killer obcecado por belas mulheres adeptas do salto 15 as persegue e as mata com crueldade nunca vista pela polícia local. A jovem modelo Makedde Vanderwall, uma estudiosa de questões forenses, decide que fará tudo o que for possível para auxiliar na investigação e prisão do assassino de sua melhor amiga, Catherine. A protagonista é inspirada na própria biografia da autora, já que Tara é uma especialista em assuntos criminais, formada pela Academia Australiana de Investigação. Ela também trabalha na vida real como detetive particular, utilizando esse conhecimento para conferir mais credibilidade aos seus enredos. Fez o treinamento completo da Swat, esteve no FBI, na Suprema Corte e aprendeu a atirar e a voar em jatos da Aeronáutica. Atualmente ela apresenta um programa no National Geographic Channel chamado Tara Moss investigates, uma série de documentários sobre crimes. E a diversidade de atividades não termina por aí: a escritora é embaixadora do Unicef, onde trabalha voluntariamente cuidando de crianças cegas.
A literatura e as cobras, porém, encabeçam a sua lista de paixões, conforme ela declara em seu site pessoal. Elegeu Simone de Beauvoir e Jean-Paul Sartre como os seus grandes inspiradores. Embora o sucesso de suas novelas e a intrincada seqüência de mistérios que cria tenham levado alguns críticos a compararem o seu estilo ao da dama inglesa do policial, Agatha Christie, Tara prefere dizer que suas influências estão mais próximas do moderno universo de horror de Stephen King. Dá como exemplo um trecho do romance Fetiche em que o psicopata diz: "Havia o cheiro da devassidão pecaminosa, odor asqueroso de luxúria (…) ele acabou com aquilo e limpou a sua mãe nas chamas ardentes do inferno, fazendo da casa uma pira de chamas para os pecados dela." Outra referência que se percebe na obra é revelada nos relatos mais picantes e explícitos das cenas sensuais – lembram diretamente as narrativas do escritor americano Harold Robbins. E, seguindo a mesma linha que lhe rendeu fama, dinheiro e uma legião de fãs na Austrália, a escritora já prepara um novo romance para o próximo ano: Siren. A novela preserva a combinação de sexo, beleza, mistério, violência e uma boa dose de talento para a autopromoção, atributos que fizeram de Tara uma grande escritora e vendedora de best sellers. A ambição da novelista é expandir as suas fron – teiras na Austrália para todo o mundo. Certamente esse é o seu maior fetiche. E suas maiores aliadas são a própria beleza, a excentricidade e, claro, as serpentes.
"Reviu mentalmente as cenas; cada golpe, cada corte. Mas cada vez com menos vividez. Ele precisa de muito mais. Empurrou o sapato até a fonte de seu prazer e encheu-o com um jato de irritação leitosa."
"Mark deixou a sala com a consciência de que sua amiga tinha ido embora. Cat não estava numa bandeja na sala de reconhecimento do necrotério. Cat estava em algum lugar melhor."
"Pela sua experiência, o verdadeiro perigo está nos tipos menos óbvios."
"Loira, alta, com suas pernas elegantes deixadas à mostra pelo vestidinho curto. Saltos deliciosamente altos contraíam as panturrilhas e forçavam os seus pés delicados."