O Brasil e os EUA entraram no dia 1º de janeiro travando uma guerra de aeroportos. De ambos os lados são os mais elementares direitos civis e as mais elementares garantias individuais que saem derrotados. Há cerca de dois meses o governo americano determinou que estrangeiros de 25 países, entre eles o Brasil, sejam fotografados e indigitados ao desembarcarem nos EUA. É a paranóia dos atentados terroristas. No Brasil, o juiz federal do Mato Grosso Julier Sebastião da Silva determinou que a PF aja da mesma maneira com os americanos – acolheu assim ação do Ministério Público que poderá ser revogada com recurso da Advocacia Geral da União. Cerca de 230 cidadãos dos EUA foram fotografados e obrigados a deixar as suas impressões digitais ao chegarem ao aeroporto internacional de Guarulhos no primeiro dia do ano. Trata-se claramente de uma retaliação à ação dos EUA, que submetem turistas a essa humilhação. E igualmente condenável porque o Brasil tem um Ministério das Relações Exteriores e esse é assunto do campo da diplomacia, não da Justiça.