Quarenta pessoas com máscaras e luvas, e munidas de um cilindro com raticida, circulam pelas ruas de Nova Iguaçu na Baixada Fluminense. Missão: matar ratos. Segundo a prefeitura da cidade, existem na região seis roedores para cada habitante – o dobro da média mundial. Para estimular a participação popular, as autoridades sanitárias estão pagando R$ 5 por quilo de rato morto. Nos dez primeiros dias da campanha, já foram incinerados 242 quilos desses roedores. Fala Uranis Assumpção, coordenador de Vetores de Nova Iguaçu.

ISTOÉ – Por que não colocar veneno em casa?
Assumpção – Os ratos são inteligentes. Quando surge um alimento novo, eles mandam os roedores mais debilitados na frente. Se eles ingerirem o veneno e morrerem na hora, os outros ratos mais fortes não comem esse alimento.

Em 1904 campanha semelhante foi feita no Rio de Janeiro. Havia pregões de compradores de ratos mortos: dois tostões por roedor. A esperteza roeu bem: entre quilos de ratos verdadeiros, muita gente mandava à Secretaria da Saúde ratos de cera para ludibriar no peso e faturar mais. Alguns funcionários públicos passaram a criar ratos em casa só para ganhar dinheiro.