19/11/2003 - 10:00
Balé moderno é pouco. Espetáculo multimída também não serve. É preciso assistir a um dos espetáculos da companhia de dança contemporânea Momix para entender a combinação de sons, luzes, sombras e projeções e, quem sabe, descobrir a definição mais apropriada. Pela oitava vez no País, a trupe americana é um fenômeno de público. Cativa crianças, famílias e casais, tradicionais ou modernos, nos quatro continentes. No Brasil, mesmo em sua oitava temporada, lotação esgotada é aviso frequente nas casas de espetáculo em que se apresentam. Em São Paulo, por exemplo, não houve poltrona vazia no Teatro Municipal entre os dias 7 e 9 de novembro. Até os cambistas disputavam os ingressos de eventuais desistentes. Ninguém desistiu.
Agora, a trupe segue para Belo Horizonte (dias 15 e 16), Curitiba (18 e 19), Porto Alegre (21 a 23) e volta para a capital paulista para apresentações de 11 a 14 de dezembro, com duas opções de shows: o Supermomix – pot-pourri das melhores performances ao longo dos 22 anos de estrada – e o Passion, montagem baseada na essência da vida. Para cada público, o grupo prepara uma surpresa. No Rio, a platéia delirou com a exibição de uma faixa: “Eu amo o Rio.” Em São Paulo, o aniversário de 450 anos da capital inspirou uma cena em que um acrobata sobrevoa arranha-céus. Até na trilha sonora o grupo introduziu cores nacionais. Músicas gravadas por Paula Lima e Daúde compõem as cenas. A canção Vida sertaneja, interpretada por Daúde, finaliza as apresentações. “Soube que usariam uma música minha pelos jornais. Fui conhecer os bailarinos, assisti ao espetáculo e adorei”, conta a cantora.
O resguardado estilista paulista Jum Nakao e sua mulher, Lelê, foram ao Teatro Municipal e vibraram no primeiro domingo de apresentação. Nakao ressalta a importância desse tipo de evento para seu trabalho. “O diálogo da moda com outras artes é imprescindível. Meu trabalho é atrelado a todas elas, não se restringe ao mundo fashion”, explica. Também apreciador de pop-arte, o relações-públicas Renato Carneiro, 47 anos, levou sua família ao espetáculo. “Estamos em dia com a agenda cultural, algo que a cidade grande nos oferece”, diz. No intervalo, entre comentários maravilhados, moderninhos e senhoras envoltas por colares de pérolas dividiam o cenário com crianças ávidas por camisetas do evento e pacotes de pipoca. A platéia eclética comprova a ótima receptividade.