07/12/2005 - 10:00
Criado há pouco mais de um mês, em Florianópolis (SC), o Instituto Ilhas do Brasil desenvolve um trabalho inovador. A entidade dá apoio a comunidades tradicionais que vivem em regiões costeiras e dependem dos recursos naturais marinhos, como os pescadores artesanais e as comunidades indígenas ou quilombolas. A diminuição da pesca, o desrespeito de áreas limítrofes por grandes embarcações e a conservação da biodiversidade estão entre as principais preocupações da entidade, criada na comunidade pesqueira Pântano do Sul.
O instituto defende a preservação das regiões costeiras e ilhas do País e desenvolve projetos de geração de renda a partir de ações desenvolvidas pelos jovens. Hoje, eles coordenam atividades ligadas à conservação dos recursos naturais e turismo comunitário. No projeto Estrelas do Mar – que venceu o Prêmio Fundo de Aprendizagem Inovadora JP Morgan –, há oficinas de mergulho e de fotografia, entre outras. “É importante atrair a juventude para assumir responsabilidades e permanecer nessas áreas”, explica o biólogo marinho Alexandre de Castro, 36 anos, fundador e diretor do Ilhas do Brasil. “Esses segmentos estavam excluídos dos processos de tomada de decisão. A idéia é propor novos modelos de gestão costeira com a integração das comunidades tradicionais no desenvolvimento socioeconômico.” Há quatro anos, Castro iniciou um trabalho de “capacitação” da população de Pântano do Sul, com o apoio de voluntários, ONGs e universidades.
Uma das estratégias diferenciadas do projeto é a “universidade livre e comunitária”, no próprio ambiente pesqueiro, que reforça os saberes da vida, da terra e do mar, passados de uma geração para a outra. Conta com uma biblioteca e computadores. Mas o rancho de um pescador vira laboratório de pesca. “Isso abre espaço para vivências e troca de experiências. E agrega conhecimento de diferentes grupos que vivem nas ilhas”, ressalta o administrador de empresas Silvio Barone, diretor-executivo do Ilhas do Brasil. Dois dos principais apoiadores do Ilhas do Brasil são a Ashoka, organização que dá suporte a empreendedores sociais, e a Sea Shepherd, entidade internacional de estudo e conservação da vida marinha. No futuro, há a intenção de disseminar a experiência para outras regiões do País. Mais informações podem ser obtidas no site https://ilhas.braziliantrips.com.