05/03/2008 - 10:00
VISUAL Antes da cirurgia, Fabel tinha a parte superior da cabeça com pouco cabelo (1). Imediatamente após o transplante, ficou com a região coberta pelos fios longos (2). Hoje, cinco meses depois, ostenta a cabeleira satisfeito e se sente rejuvenescido (3)
Dizem que a calvície está para os homens como a celulite está para as mulheres. Ou seja, ficar careca é o pior dos pesadelos entre a população masculina. Recentemente, porém, a medicina tem dado boas notícias aos que sofrem do problema. E eles são muitos. “Metade dos homens na faixa dos 50 anos apresenta algum grau de calvície”, afirma o dermatologista Arthur Tykocinski, especializado em tratamento capilar. A última descoberta sobre o tema foi divulgada na semana passada, com a publicação de um estudo na revista científica Nature Genetics. Pesquisadores da Universidade de Bonn, na Alemanha, descobriram um gene associado a uma das formas de perda de cabelo conhecida como hipotricose e identificaram um dos processos associados à queda dos fios. Segundo os cientistas, o achado poderá resultar em novos tratamentos. “Trabalharemos para que isso seja possível, realizando mais estudos”, disse à ISTOÉ Regina Betz, coordenadora do estudo.
Nos consultórios, os calvos contam com uma nova geração de armas contra a careca. Uma delas é o transplante de fios longos, técnica criada pelo cirurgião plástico Marcelo Pitchon, de Belo Horizonte. A principal diferença em relação aos transplantes convencionais é que os fios a serem transplantados não são cortados. Eles são colocados nas áreas a serem cobertas no comprimento normal. “O aspecto fica natural e o paciente vê na hora como ficará o resultado”, explica o médico. Foram essas características que atraíram o empresário Ademar Fabel, que se submeteu ao procedimento cinco meses atrás. “Cheguei careca ao consultório e saí com cabelo. Parecia que tinha voltado no tempo”, lembra.
Mas há opções não cirúrgicas também efetivas. Uma delas é o Low Level Laser Therapy, laser específico para recuperação capilar. A emissão de ondas estimula o funcionamento do bulbo capilar, o responsável pela produção dos fios. São necessárias três aplicações semanais durante seis meses. “Os primeiros sinais de melhora aparecem no terceiro mês”, afirma o médico Luciano Barsanti, presidente da Sociedade Brasileira de Tricologia (estuda pêlos e cabelo). Entre as alternativas tópicas, a novidade é a chegada de produtos com silício orgânico. Entre outras funções, o composto ajuda na fabricação do colágeno, fibra que dá sustentação ao couro cabeludo. Por isso, promete auxiliar na prevenção da queda dos fios ou diminuir a velocidade da perda. Para o futuro, a promessa é a terapia celular. Em teste, o procedimento consiste na retirada de células capilares do paciente. “Elas são cultivadas em laboratório por três a quatro meses e depois reinjetadas na região calva”, explica Barsanti. Nas experiências feitas até agora, os resultados são bem animadores.