30/11/2005 - 10:00
A vinda da banda americana Pearl Jam ao Brasil, com shows em Porto Alegre (dia 28), Curitiba (dia 30), São Paulo (dias 2 e 3) e Rio de Janeiro (dia 4), é a concretização de um sonho roqueiro de quarta ou quinta geração. Mais esperado que o quinteto grunge só mesmo os ingleses do Pink Floyd, embora um quarto de século separe o nascimento das bandas e nem mesmo o milagre da multiplicação dos dólares faça com que o guitarrista David Gilmour, dono da marca, perdoe Roger Waters, compositor das músicas do grupo psicodélico. Jeff Ament, baixista e fundador do Pearl Jam, ao lado do guitarrista Stone Gossard, falou com exclusividade a ISTOÉ dos escritórios da banda em Seattle, ainda impressionado com a velocidade da venda de ingressos – na semana passada, 80 mil em São Paulo, 40 mil no Rio, e quase todos em Curitiba e Porto Alegre.
Ament prefere se ver como um sobrevivente e não um herói de sua geração. Da
cena do início dos anos 1990 só o Jam continuou. Kurt Cobain, do Nirvana, e
Layne Staley, do Alice in Chains, suicidaram-se. E o Soundgarden se misturou
com o Rage Against the Machine, depois de ceder o baterista, Matt Cameron, para
o Jam. Ament diz que o Brasil, por ser uma região ainda não visitada pela banda, exceto pelo vocalista Eddie Vedder, vai merecer um show retrospectivo, com vários hits de seus sete discos, além de músicas incluídas no esperado álbum a ser finalizado em janeiro.
Segundo ele, o Pearl Jam, cuja formação é completada pelo guitarrista Mike McCready, grava todos os shows e aperfeiçoou uma tecnologia que permite o download do espetáculo no site, www.pearljam.com, ou a compra do disco
pelo correio por US$ 9,99 já ao final da apresentação. Segundo a organização, Ament, Vedder, Cameron, McCready e Gossard fazem questão de segurança absoluta. Nove fãs da banda morreram pisoteados no Roskilde Festival,
Dinamarca, em 2000. Mas mesmo assim Ament a toda hora dizia, “Oh man,
esse é o melhor emprego do mundo!”