À primeira vista mais parecem galerias de arte contemporânea, daquelas que se pisa com a ponta dos pés com medo de sujar o chão. Mas basta um olhar mais atento para perceber que são lojas. Vendem roupas, músicas, literatura e acessórios, mas com um layout moderninho que faz toda a diferença. Em outras palavras: foi-se o tempo em que uma bela vitrine era suficiente para atrair clientes. Para despertar a curiosidade dos consumidores, nada como as concept store – as lojas-conceito.

A nova estratégia conquistou uma fatia importante do público, aquela que dita tendência. Tudo nos moldes da parisiense Colette, principal referência no assunto. Em São Paulo, viraram febre na nobre região dos Jardins. Acervo Benjamin, Galeria Melissa, Pelu e Essencial são exemplos dessas lojas. Já com status de indispensáveis nas ruas do Rio de Janeiro, lojas-conceito como a Contemporâneo contam com minigalerias de arte. Similar, a Novamente, além do design moderno, comum a todas as outras, tem também salas especiais para maquiagem e banhos de banheira e livraria à disposição das clientes. Em Belo Horizonte, a M Guia concentra mais de 40 marcas de luxo. No Recife, a Dona Santa/Santo Homem expõe seus produtos em uma área de 1.600 metros quadrados.

Grandes grifes também aderiram. A Nike prepara um espaço em São Paulo forrado de telas de plasma. A Adidas investiu mais de R$ 1 milhão em um projeto inspirado em uma filial no SoHo, em Nova York. A Puma apostou em duas lojas nesse estilo, uma nos Jardins, em São Paulo, e outra em Ipanema, no Rio. “A loja-conceito é uma loja experimental. O consumidor desses espaços tem um perfil mais voltado para a moda. Viaja muito, conhece o que é fashion e exige sempre novidades”, explica Adriana Amora, gerente nacional de varejo da Puma no Brasil. Roupas e achados à parte, ao que parece, ainda, o mais bacana desses espaços é ver e ser visto. Mesmo com os preços salgados, mais elevados que no comércio tradicional, os freqüentadores garantem: como entretenimento também valem à pena.