12/11/2003 - 10:00
Viagem no tempo
A réplica do megaveleiro russo Nadezhda, que em 1803 cruzou o mundo por ordem do czar Alexandre I, chega ao Rio de Janeiro na segunda-feira 10. Com 110 metros de comprimento, a universidade flutuante vai pesquisar a qualidade da água do mar e a influência dos oceanos no clima. Entre os 166 tripulantes estão dez cientistas e 98 estudantes das universidades de Moscou e Vladivostok. O Nadezhda, que significa esperança, partiu da Rússia em janeiro para uma viagem de 14 meses. Ele segue praticamente a mesma rota de 200 anos atrás. Uma das alterações é o porto escolhido no Brasil: antes foi Santa Catarina. Desta vez, a sorte é dos cariocas.
Água feita de ar
Em tempos de escassez, vale a criatividade. O israelense Michael Zwberner (foto) criou um bebedouro que retira a umidade do ar para produzir água potável. Com cinco filtros para eliminar insetos, micróbios e impurezas, o bebedouro já é usado na África, em Israel, onde custa US$ 600, e está em teste entre soldados americanos no Iraque. No Brasil, a versão doméstica chega no início do ano. Estima-se que no Sudeste, um bebedouro ligado 24 horas gere 25 litros de água ao dia. Em regiões mais secas, como Brasília, a produção chegaria a 10 litros diários.
O custo da muamba
Dona da polêmica soja transgênica, a Monsanto definiu o quanto vai cobrar em royalties pelo plantio da semente contrabandeada da Argentina. A empresa quer R$ 25 por tonelada, que significa entre
R$ 45 e R$ 75 por hectare em direitos autorais. Já os agricultores
falam de R$ 3 a R$ 5 por hectare. Detalhe: se conseguir cobrar taxa sobre a muamba, a empresa pode ser considerada conivente na prática de crime de contrabando.
Espetáculo cósmico
Depois de viajar 26 anos e 3,5 bilhões de quilômetros, a nave espacial Voyager 1 (no detalhe) chegou onde nenhum outro objeto construído por mãos humanas jamais esteve. Ao analisar dados coletados pela nave, um grupo de especialistas afirma que ela alcançou a fronteira do Sistema Solar, onde os ventos supersônicos emitidos pelo Sol colidem com a energia vinda do espaço interestelar. Outro time de cientistas contra-argumenta. Diz que a nave estaria só perto do que seria o início do fim do Sistema Solar e que chegar à fronteira final seria questão de tempo. Enquanto os autores divergem, a turbulência no Sol continua firme. Na semana passada, as explosões na superfície solar provocaram um show de luzes e auroras boreais no hemisfério norte (foto). A tempestade de gás é a mais intensa desde 1940, mas não tirou do ar sistemas de controle aéreo e satélites de comunicação porque tomou direção oposta à Terra. O céu de novembro reservou outras surpresas para quem vive nas Américas, na Europa e na África. Só nessa parte do mundo será possível ver o último eclipse lunar do ano, no sábado 8, quando a lua cheia passa pela sombra da Terra durante 24 minutos.