12/11/2003 - 10:00
Muita gente gosta de ouvir músicas ou assistir a filmes num bom equipamento eletrônico. Para alguns, no entanto, não basta ser um aparelho de qualidade. Os fanáticos buscam mesmo a perfeição da imagem e do som. Com ouvidos apuradíssimos e sempre de olho nas novidades, eles são vorazes consumidores de equipamentos top de linha, uma categoria bem acima – em qualidade e em preço – do que pode imaginar o comum mortal. São caixas de som, aparelhos de CD e DVD, amplificadores, telões e projetores de marcas desconhecidas do grande público, que chegam a custar o preço de um apartamento de dois dormitórios num bairro de classe média.
Para mostrar o que há de novo nesse mercado e de que forma esses refinados aparelhos eletrônicos se encaixam em um ambiente doméstico, a importadora Som Maior High End investiu R$ 2,5 milhões na montagem do maior showroom do País, em Joinville, Santa Catarina. São sete salas decoradas com diferentes temas por arquitetos e decoradores da região e com acabamento acústico perfeito. Ao entrar nas salas, batizadas com nomes das melhores casas de espetáculo do mundo, como Sydney Opera House, Vienna Concert Hall, Royal Albert Hall e Carnegie Hall, é impossível não se impressionar com tanta opulência. Na única sala totalmente projetada para som, a sensação de ouvir uma música saída das caixas acústicas Avalon, que custam mais de US$ 65 mil o par, é de que os músicos estão fazendo uma apresentação particular e ao vivo. Quem quiser levar para casa essa emoção terá de desembolsar US$ 100 mil pelo sistema completo.
Nessa meca do consumo, algumas peças custam o mesmo que um carro de luxo. A tevê italiana de 55 polegadas da marca SIM2, que compõe a sala em estilo oriental Budokan, custa US$ 15 mil. Caixas acústicas da especialíssima B&W saem por US$ 20 mil o par e um aparelho de DVD da Meridian, US$ 12 mil. Mas há alternativas mais baratas “É possível ter um home theater de última geração com R$ 15 mil. Basta ter os aparelhos certos montados corretamemnte”, assegura o engenheiro Luís Assib Zattar, proprietário da Som Maior.
Esse público exigente não se importa em desembolsar fortunas. É o caso da juíza carioca Eleonora Borges. Com um acervo de três mil CDs, ela é uma das poucas clientes mulheres da Som Maior. A juíza costuma investir boa parte do salário em música e equipou seu apartamento com um sofisticado sistema de home theater e aparelhos de som de alta qualidade. “Já perdi a conta de quanto gastei e ainda gasto com som”, diz Eleonora, que, por questões de segurança, não revela o valor.
Quem se dispuser a ir até Joinville, cidade que sedia o tradicional Festival de Dança e de Jazz e abriga a Escola do Teatro Bolshoi, única fora de Moscou, não vai se arrepender. Depois de sentir na pele toda a emoção que um equipamento de som e de imagem pode oferecer, ao final da visita o cliente é convidado a degustar um delicioso vinho na adega construída no subsolo do prédio, enquanto aprecia uma boa música. Afinal, a vida é feita de prazeres.