12/11/2003 - 10:00
Cerveja
Excelente a reportagem que ISTOÉ traz sobre a cerveja. Gostaria de enfatizar, o que é pura verdade, a iniciação do jovem adolescente pelos familiares. Tive a oportunidade de viajar com grupos de estudantes para o Exterior (EUA) e pelo Brasil (turmas de conclusão do curso colegial) como médico do turismo. Sem dúvida, lá fora é bem diferente. A bebida é vendida para maiores de 21 anos e tem que mostrar a identidade. Aqui a bagunça é geral, provocando danos aos que ingerem bebida em excesso e levando muitas vezes ao estado pré-comatoso de porres incentivado por caixas e mais caixas de bebida, colocadas pelos próprios pais nos ônibus de excursão. “A vez da loira” (ISTOÉ 1779).
Isaac Soares de Lima
Maceió – AL
Se por um lado a cerveja, quando tomada moderadamente, faz bem à saúde, por outro ela é a principal causa de acidentes no trânsito. O governo deveria fazer uma campanha alertando o real dano causado
pela cerveja quando tomada exageradamente.
Plínio Wessen Menezes
Recife – PE
Roberto Giannetti da Fonseca
A entrevista com o economista Roberto Giannetti da Fonseca serve para desmistificar a idéia de que o governo petista está sendo intransigente nas negociações a respeito da Alca. Hoje, nas negociações de comércio internacional não se admite amadorismo e muito menos a abertura de mercado sem contrapartida. O protecionismo europeu e americano
serve como parâmetro de como é a abertura desejada por esses
países. É mais uma anexação do que propriamente troca de interesses entre parceiros. Portanto, a postura do Brasil é a de um negociador experiente e preocupado com os interesses do País como todo bom negociador deve ser. “Ceder é burrice”. (ISTOÉ 1779).
Lander das Dores Silva
Belo Horizonte – MG
Alca
A atitude do presidente Lula e do presidente Kirchner, da Argentina,
está para entrar na história. Temos de dar um basta a essa posição
dos americanos em tentar nos empurrar goela abaixo a Alca, que
apenas os favorecerá. “Réplica latina” (ISTOÉ 1777).
Krosli F. de Andrade
Lajeado – RS
Reforma agrária
Agradeço ISTOÉ por quebrar o círculo de silêncio que a chamada
grande imprensa traçou em torno das inusitadas condenações dos militantes do MST, tendo noticiado o caso em pequenas notas, sem grandes análises ou explicações, e não publicando mais nada sobre o assunto, além de críticas, provenientes da ultradireita, às visitas feitas aos condenados por pessoas ligadas ou integrantes do governo, sendo interessante notar que nem uma única missiva tenha sido enviada por qualquer leitor, enfocando os aspectos esdrúxulos das condenações. “Justiça caolha” (ISTOÉ 1779).
Flavio José Mendonça Lopes
Rio de Janeiro – RJ
É importante destacar que a independência dos magistrados é uma das mais importantes garantias que o Estado Democrático de Direito defere a todos nós, cidadãos (de bem ou não). Para atingir e distribuir a excelência da verdadeira justiça, o juiz não pode jamais ceder a pressões, sejam elas de quem for ou de onde venham, principalmente, no caso, provindas de um movimento que hoje é, pelo menos, suspeito. O juiz da Comarca de Teodoro Sampaio, dr. Átis de Araújo Oliveira não está sendo parcial ao decretar prisões de líderes do MST. Muito pelo contrário, está simplesmente tendo a coragem de aplicar a lei numa região do País (Pontal do Paranapanema) minada pelos conflitos envolvendo o MST, um movimento que, com todo o respeito, tem demonstrado (embora não admita) que deixou de lado os nobres propósitos da reforma agrária e preferiu partir para o “campo” da ilicitude. Se os tribunais estão revogando algumas das prisões que foram decretadas, isso não
significa necessariamente que tenha ocorrido parcialidade do juiz ou mesmo erro na aplicação da lei. A propósito, a reforma das decisões judiciais pelas instâncias superiores é também uma característica do Estado Democrático de Direito. Nesse caso específico, creio que a divergência das posições possa ser explicada, dentre outros motivos
que nesse pequeno espaço não cabe discorrer, pela distância do local
em que estão do foco dos conflitos: o juiz Átis de Araújo já atua e reside naquela comarca há três anos e conhece bem a crua e dura realidade dos fatos que lhe são submetidos a julgamento, embora estes estejam apenas friamente reproduzidos nas volumosas folhas dos processos que, depois, são enviados aos tribunais em razão dos recursos naturalmente interpostos pelas partes envolvidas. Por aí já se vê que os enfoques não podem mesmo ser idênticos, embora a lógica, nesse caso, esteja invertida (o que demonstra a coragem desse juiz), pois é muito mais difícil e arriscado estar exposto à realidade dos fatos sob julgamento. Por outro lado, é muito fácil apenas criticar o Poder Judiciário, último refúgio dos desvalidos, mesmo que seja sem qualquer fundamento, ou pior que isso, usando fundamentos levianos como os do MST.
Rogério Ramos Batista
Procurador do Estado em exercício na Seccional Judicial da Procuradoria Regional de Santos
Santos – SP
Operação Anaconda
Muito oportuna essa operação Anaconda desenvolvida pela Polícia Federal. Quinhentos mil dólares encontrados indicam, com certeza, que a manobra não foi em vão e que existe muita mutreta na parada. Essa operação tem que dar o bote também nas prefeituras, governos estaduais, ministérios, tribunais de contas e outros setores do serviço público. Por outro lado, também estão de parabéns essas sentenças dadas aos culpados do escândalo do propinoduto que, se cumpridas, servem de lição ao menos para inibir os outros milhares de corruptos que se espalham pelo País. “Bote coletivo” (ISTOÉ 1779).
Habibi Saguiah Neto
Marataízes – ES
Transgênicos
Com relação à matéria “Decidido, ma non troppo” (ISTOÉ 1779), é importante ressaltar a necessidade de simplificar os processos legais para viabilizar a adoção da biotecnologia no País. A revista mostrou que pretende esclarecer o assunto aos leitores de forma equilibrada e imparcial. Acreditamos que a discussão livre de ideologias pode permitir o acesso do agricultor a mais uma opção, sem exceção das técnicas convencionais e orgânicas. O agronegócio brasileiro precisa do envolvimento de empresas nacionais em parcerias construtivas para o desenvolvimento social e econômico do País.
Lúcio Pedro Mocsányi
Diretor de Comunicação Monsanto do Brasil
São Paulo – SP
Poucos sabem que menos de 10% da soja produzida no mundo vai para a alimentação humana, 85% para esmagamento óleo/farelo e 5% para sementes. Desde a publicação médica do New England Journal of Medicine de que a soja reduz o risco de doenças do coração, o consumo no mundo ocidental de produtos derivados da soja, tais como tofu e leite, cresce mais de 20% todos os anos, desde 1995. De um lado os produtores se mostram interessados pelo plantio de transgênicos e por outro lado importadores europeus e chineses preferem comprar grãos não transgênicos. O mercado mostra sinais de que haverá um prêmio na comercialização de não transgênicos em comparação com a soja dos EUA e Argentina, além de que soja aqui tem proteína mais alta. As leis previstas para rotulagem, rastreabilidade e certificação vão agradar ao consumidor brasileiro e o consumo tende a aumentar rapidamente, onde o setor de bebidas à base de soja, que hoje movimenta R$ 300 milhões, deve ultrapassar a marca de R$ 500 milhões em 2004.
Leon Klein
Diretor Soyatech/ Brasil
São Paulo – SP
CPI
Na matéria “CPI adulterada” (ISTOÉ 1779), a Aster Petróleo foi citada duas vezes. Na primeira, a declaração é atribuída ao deputado Paulo Lima; na segunda, aparentemente, a informação é dos autores da matéria. A bem da verdade, quero esclarecer que a Aster, nem qualquer de seus advogados, foi visitada por intermediários ou membros da CPI, e tampouco foi alvo de qualquer ilícito. Portanto, é descabida a pecha de “uma das corruptoras”. Se esse deputado possui provas ou indícios que corroborem a afirmação, melhor faria se as encaminhasse à corregedoria da Câmara. Assim ajudaria ao setor, como empresário/deputado interessado, ao Congresso e ao País, já que tais afirmações são graves e devem ser apuradas. Ressalto também que não é verdade a afirmação que a empresa teria “adicionado certidões frias à sua papelada”. Tivemos um caso com uma única certidão emitida pela Receita Federal em dezembro de 2000, e mais tarde dada como inválida mediante publicação equivocada de uma delegacia da Receita Federal. A própria Receita, porém, noticia como válida a certidão, como pode ser constatado acessando-se a página da Receita na internet. Tanto assim é que, oficiada duas vezes pela ANP para que esclarecesse o motivo da publicação equivocada, a Receita não o fez, certamente porque, conforme constatamos, sequer existe processo administrativo a respeito. Quem passou tal informação aos repórteres certamente tinha outros interesses que não a verdade dos fatos. Estes esclarecimentos teriam sido dados aos mesmos desde que fossemos procurados.
Carlos Alberto de Oliveira Santiago
Aster Petróleo
São Paulo – SP
Gilberto Gil
Quem, como eu, conheceu Gilberto Gil nos anos 70, bem avaliou
desde o primeiro dia a importância de sua escolha para o atual governo. Fui, no final dos anos 70 início dos 80, secretário de Cultura do município de Piracicaba, onde o deputado Herrmann Neto fez experiência inédita para anos tão escuros como aqueles. Gil visitou-nos por três vezes e, nelas, deixou entre nós o brilho de sua inteligência, de sua generosidade e de sua incrível capacidade de bem pensar a realidade brasileira. Do ministro só boas coisas. Com a guitarra tudo fica ainda melhor. “Refestança” (ISTOÉ 1779).
José Antonio Carlos David Chagas
Rio Claro – SP
Bingo
Muito oportuna a reportagem sobre a atual situação das casas de bingo no Brasil “Façam suas apostas” (ISTOÉ 1778). A discussão do governo e do Judiciário no sentido de evitar que uma decisão precipitada possa permitir um alto índice de sonegação de impostos no funcionamento das casas é totalmente louvável mas também, no mínimo, previsível e racional. Agora, não ser capaz de enxergar um horizonte dourado por trás disso tudo e de não ter condições de se criar uma legislação firme e dura para o controle do funcionamento é de desanimar. Em época de “passeios ministeriais” contrapondo com tristes possibilidades de demissões em massa de fábrica de automóveis, é de se lamentar a lentidão nesse processo de legalização definitiva das casas que, da forma que estão hoje, ainda proporcionam e permitem dar dignidade de trabalho para milhares de pessoas no País.
Felipe Tenório
Cataguases – MG –