Concerto
Jessye Norman

Cinema
A casa de vidro (cartaz nacional) – Acostumado ao ritmo frenético dos episódios das séries que dirigiu para a televisão, como Arquivo X, Plantão médico e Nova York contra o crime, Daniel Sackheim exagerou na sua estréia no cinema com uma receita que retrata o pesadelo vivido pelos irmãos Ruby (LeeLee Sobieski), 15 anos, e Rhett Baker (Trevor Morgan), 11. Depois de perderem os pais num acidente de carro, os dois vão morar com os ex-vizinhos Erin (Diane Lane) e Terry (Stellan Skarsgard), o casal Glass a que o título em inglês se refere. Através de um advogado, vivido pelo impecável Bruce Dern, os garotos descobrem que herdarão uma fortuna e que os Glass não são exatamente o que aparentam. A trama segue aos trancos e barrancos, passando do drama familiar para o terror adolescente, com pitadas de thriller psicológico. Salvam-se as atuações de LeeLee e Skarsgard, talvez por incorporarem a seus papéis a estranheza de serem, respectivamente na vida real, uma descendente
de poloneses e um sueco passando por americanos da Califórnia.
(Luiz Chagas) Vá se tiver tempo

Teatro
22 antes-depois (Sesc Ipiranga, São Paulo) – Em vez de render simples homenagens para comemorar os 80 anos da histórica Semana de Arte Moderna de 1922, o artista multimídia Guto Lacaz e os compositores Arrigo Barnabé e Tim Rescala preferiram mergulhar no espírito, nas origens e nas consequências que cercaram o evento iconoclasta. Logo no início, fazem uma referência à célebre filmagem de Glauber Rocha sobre o caixão do pintor Di Cavalcanti. Em outra cena, enquanto passeia pela exposição da pintora Anita Malfatti, o escritor Monteiro Lobato batuca em uma máquina de escrever com rodinhas seu polêmico artigo contra a artista. Para o cenário, a dose de irreverência não foi menor. Lacaz povoou o palco de miniaturas e objetos mutantes que representam as conquistas tecnológicas do período. Oswald e Mário de Andrade adorariam. (Luiz Chagas) Não perca

Arte
Jac Leirner: Ad Infinitum (Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro) – Esta primeira mostra panorâmica da carreira da artista paulistana traz 25 trabalhos divididos em nove séries. Jac despontou no mundo das artes plásticas em plena efervescência de novos nomes nos anos 80. Notabilizou-se por transformar em arte o que era considerado lixo. Assim, maços de cigarro, sacolas plásticas, cartões de embarque, passagens aéreas e até cédulas de dinheiro e cinzeiros de avião – estes dois últimos usados propositadamente dentro do critério de transgressão – passaram por totais metamorfoses nas suas mãos. (L.M.) Vale a pena