Em 1998, o deputado Luís Eduardo Magalhães foi o candidato do PFL à presidência da Câmara. A bancada do PT decidiu lançar o deputado José Genoino como candidato ao cargo. Luís Eduardo venceu e, como punição, o PT ficou sem nenhum lugar na Mesa Diretora da Casa, com base num parecer encomendado pelo deputado Inocêncio Oliveira (PFL-PE). Agora, a situação inverteu-se: o PT é o maior partido e deverá eleger o novo presidente da Câmara. O ex-líder do PFL José Carlos Aleluia (PE), lançou-se candidato ao cargo. O problema é que Inocêncio reivindica o posto de vice-presidente da Mesa. Mas, a valer a regra criada por ele próprio, se Aleluia perder, como é provável, o PFL terá que ficar de fora da Mesa. Genoino hoje é o presidente nacional do PT. Na próxima quarta-feira, ele encontra-se com o presidente do PFL, Jorge Bornhausen: vai pedir que o partido volte atrás na candidatura de Aleluia e jura que não vai citar o episódio de 1998. “Não quero começar uma negociação com ameaças”, diz. Mas a ameaça já está colocada.