Arlequim, servidor de dois patrões (Teatro Maison de France, Rio de Janeiro) – Com todas as características seculares da commedia dell’arte, estilo de dramaturgia acentuadamente cômica, a peça do italiano Carlo Goldoni, com tradução de Millôr Fernandes, traz diálogos curtos e irreverentes que permitem uma participação quase equânime da gabaritada trupe. Em meio a cenários impecáveis o protagonista Marcos Breda está perfeito no papel do arlequim Batocchio, um criado que atende dois patrões, sem que um suspeite da existência do outro. Os recursos de máscara neutra, bufonaria e clown realizados pelo ator são responsáveis por uma incrível performance exibida durante todo o espetáculo. Utilizando um jogo cênico dinâmico e expressivo, o tempo voa e o público fica com gosto de quero mais. Não perca


Arte

ArteFoto (Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro) – Em 200 fotos clicadas por 61 artistas plásticos que trocaram seus pincéis e materiais diversos por câmeras fotográficas, a exposição apresenta um amplo panorama de imagens fundindo arte e tecnologia, como o trabalho de Waltercio Caldas, que mistura fantasia e ingenuidade. A mostra cronológica retrocede aos anos 40 e 50, trazendo fotos de Geraldo de Barros que se transformam em quadros do estilo geométrico construtivista e obras de Athos Bulcão flertando com o surrealismo. Outros artistas mereceram salas individuais. Carlos Vergara traça painéis do bloco Cacique de Ramos. Alair Gomes enfoca a musculatura masculina. Miguel Rio Branco opta pela denúncia social e Arthur Omar, por fantásticos
demônios e máscaras. Não perca

DVD

Vieuphoria, com The Smashing Pumpkins (Virgin) – Reunindo raras aparições em programas de televisão e obscuras apresentações ao vivo, este DVD flagra o extinto quarteto de Chicago no auge da sonoridade barulhenta. Grande parte do material pertence ao período dos CDs Gish (1991) e Siamese dream (1993), quando o grupo começava a despontar. Portanto, não é nada indicado para quem aprecia a última fase de Adore (1998), mais melódica e delicada. Ao fugir do formato do show apresentado na íntegra e da previsível coletânea de clipes, Vieuphoria também abre espaço para aqueles momentos que os artistas normalmente extirpam de seus trabalhos oficiais, como vaias da platéia e entrevistas constrangedoras. O mesmo acontece com as versões alternativas de canções famosas, entre elas Cherub rock e Disarm, que surgem bem diferentes do registro de estúdio. Somados, estes fatores transformam o DVD – antes conhecido apenas no formato vídeo – numa boa lembrança para os fãs da saudosa banda do vocalista Billy Corgan. Assista com atenção