29/10/2003 - 10:00
A pouco menos de dois meses do verão, as vitrines começam a exibir minissaias e vestidos com decotes e fendas insinuantes. E a velha preocupação com a barriguinha e outras gordurinhas extras, é claro, já provoca uma corrida às academias de ginástica. Com a intenção de inserir opções divertidas e menos sacrificantes aos alunos, os professores apostam na dança para a próxima estação. Além dos ritmos tradicionais, como dança de salão e axé, estilos alternativos prometem esculpir o corpo sem sofrimento. Entre os mais procurados estão a zouk, uma espécie de lambada surgida nas Antilhas Francesas, no Caribe, o street dancing, mistura de ritmos nova-iorquinos, o caribbean dance, uma salada de modalidades latinas, e a roda de cassino, versão bem-humorada da salsa cubana.
A zouk é uma das que atraem mais praticantes. As aulas são embaladas por canções francesas, espanholas e árabes. Os passos são sensuais. Para que a química dê certo, é preciso que os casais encaixem os quadris e a mulher se deixe conduzir pelo parceiro em um balé circular. Segundo Alexandre Von Ajs, um dos responsáveis pela introdução da dança no Rio de Janeiro, a atividade ajuda a criar relações mais íntimas. “Os homens vêem as mulheres à espera de um par e se aventuram na dança. Depois, os dois não conseguem parar mais”, diz.
Para quem prefere balançar o esqueleto sozinho, uma das opções é o street dancing. É um gênero popular entre as mulheres, mas é preciso fôlego para o ritmo frenético das aulas. As coreografias são baseadas nos hits nova-iorquinos (funk, rap e hip hop) e trabalham com deslocamentos bruscos e impactantes. As músicas acompanham o estilo das danceterias. Muitos alunos aproveitam as coreografias na balada. “Outro dia, estava dançando em uma festa e, sem notar, praticava os passos do street”, lembra a aluna Ingrid Duarte.
Entre as modalidades mais exóticas estão a roda de cassino e o caribbean dance. Como num jogo de cartas, a roda de cassino é misteriosa e cheia de surpresas. Os casais giram, trocam de parceiros
e as mulheres “conquistadas” na dança são exibidas como troféus.
“É divertido, nem sentimos o tempo passar”, diz a professora Cláudia
Dias Costa. Acompanhando a variedade de estilos musicais – que vão
da percussão africana ao jazz, passando pelo suingue porto-riquenho –, os movimentos contam com giros, jogos de braços e uma boa dose
de flexibilidade. Já o caribbean dance propõe uma mistura das tradições latinas em passos criativos e muito requebrado. Entre a salsa,
o merengue e o chachachá, o corpo se mexe dos pés à cabeça.
Os alunos garantem que a atividade é tão eficiente quanto uma
aula puxada de aeróbica.
Além de funcionar como uma divertida malhação, dançar vem se tornando mais popular como forma de fazer uma atividade física porque melhora a convivência social e pode até ajudar a, quem sabe, encontrar um novo amor. “A proximidade com o parceiro cria vínculos fortes de amizade”, ressalta o veterano dançarino e professor Carlinhos de Jesus. Antes de cair nos ritmos, no entanto, é recomendável ter cautela na hora de escolher o mais adequado. Alguns estilos podem prejudicar a coluna e as articulações (o street dancing, por exemplo). Isso porque muitas das danças exigem esforço dobrado das áreas mais sensíveis da espinha e dos joelhos. O professor Cesar Parcias, diretor técnico da Academia Leblon, no Rio, alerta, inclusive, para a necessidade de realização de um exercício complementar, embora os movimentos também tenham certo impacto no fortalecimento muscular. “A dança é uma atividade aeróbica e funciona para queimar gorduras e perder peso. Mas, para alcançar um bom resultado, sem riscos, é preciso fortalecer bastante os músculos também”, adverte.