16/11/2005 - 10:00
Como em O pianista, o polonês Roman Polanski coloca muito de si em Oliver Twist (Oliver Twist, Reino Unido/ República Tcheca/ França/ Itália, 2005), em cartaz nacional na sexta-feira 18. A Londres do século XIX, em que Charles Dickens, autor da história, viveu, assemelhava-se à Varsóvia arrasada pela Segunda Grande Guerra, cenário da infância de Polanski e de O pianista. Twist (Barney Clarke) é um órfão do interior da Inglaterra que chega fugido à capital após passar por uma casa de correção e um lar adotivo, sendo maltratado em ambos. Logo é aliciado por um ladrãozinho e levado à presença de Fagin (Ben Kingsley), um larápio que vive à custa dos menores, treinados para serem batedores de carteira. O pequeno Twist chega a ser adotado por um homem de bem, mas logo Fagin e seu bando o trazem de volta.
Alegando que fez este filme para seus filhos, o novo Polanski pode ser descrito como um humanista. Em sua versão do clássico de Dickens, ele se afasta da caricatura do “judeu malvado” usada por Alec Guinness para compor Fagin na versão de 1948, de David Lean. De comum acordo com Kingsley, tornou-o mais humano. Assim como o próprio Oliver Twist, que, segundo o diretor, em nada difere de um menino de rua do Rio de Janeiro.