07/03/2007 - 10:00
Cuidado. Dessa vez, o bandido pode saltar do carro em movimento e cair no sofá da sua sala. Seja numa modesta tela de tubo ou numa gigante de cristal líquido, qualquer duelo fará seu coração bater mais rápido. E é isso que esperam as multinacionais que investem bilhões de dólares em um novo formato de DVD capaz de mexer com as emoções e o bolso dos telespectadores. Impulsionados pelo último balanço feito pela Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), a qual apontou um crescimento de 8,54% nas vendas, a Semp Toshiba sai na frente e traz nas próximas semanas para o Brasil a nova geração de aparelhos de DVD de alta definição. Aparentemente, nenhuma mudança. Mas quando se coloca um filme para rodar, a surpresa: a nova tecnologia faz os personagens "saltarem" da tela. O sabre de luz de Darth Vader nunca mais será o mesmo.
A guerra entre poderosas fabricantes de eletrônicos que começou em 2006 ganhará mais força neste ano e será assistida pelo consumidor no conforto do sofá de casa. Há dois formatos mais avançados do aparelho de DVD desenvolvido pelas marcas no mundo: o HD-DVD e o Blu-ray. Ambos têm formato semelhante ao aparelho comum de DVD, mas utilizam laser azul para fazer a leitura do filme ou documentos armazenados. Essa nova tecnologia lê muito mais informação, o que se traduz em um filme com maior riqueza de detalhes e, portanto, realismo jamais visto. Em 2006, os gigantes escolheram um lado do ringue. Levantando a bandeira do formato HD-DVD estão a Toshiba, Intel, Microsoft, HP, Warner Home e Universal Studios, com um investimento que ultrapassa a casa dos US$ 700 milhões. Do outro lado, a Sony Corporation comanda um time de estrelas figurado pela Apple, Dell Inc., Walt Disney, LG Electronics e Mitsubishi Electric Corporation, com um investimento um pouco mais agressivo, estimado em mais de US$ 1 bilhão. Em comparação ao formato HD DVD, o Blu-ray é mais caro e comporta maior quantidade de informação em disco (são 50 gigabytes contra 30; ou 22 horas de vídeo contra 13). Mas ambos apresentam a mesma incrível qualidade de imagem, que diferentemente do usual aparelho de DVD, lê e processa a imagem no sistema digital, e não no analógico.
No Brasil, o mercado de eletrônicos cresce em ritmo que impulsiona empresas como a Semp Toshiba. Segundo a Eletros, as vendas registraram crescimento de 8,54% em 2006, o que significou a venda de oito milhões de aparelhos de DVD. "O consumidor está cada vez mais interessado na tecnologia de alta definição", diz Hiroshi Kishima, gerente de produtos da Semp Toshiba, a primeira fabricante a trazer a nova geração de DVD ao país. "Importamos um lote com cinco mil aparelhos. Esperamos vendê-los em quatro meses. Cada peça custará R$ 3 mil", conta. A Toshiba iniciou a venda de aparelhos de HD-DVD na América do Norte, em abril do ano passado, quase dois meses à frente do rival Blu-ray. No final de maio, a empresa anunciou que as vendas já tinham ultrapassado 20 mil unidades.
Com foco nos clientes corporativos que precisam de alta capacidade de armazenamento de dados em mídia digital, a Sony também já colocou à venda, por R$ 3 mil, o drive de Blu-ray nas prateleiras brasileiras. O dispositivo da Sony deve ser acoplado no computador e o usuário precisa, obviamente, de um bom monitor para usufruir da tecnologia (já existem monitores adaptados para receber sinal de tevê). O aparelho da Semp Toshiba, por sua vez, é ligado diretamente à televisão. Para quem acha salgado demais o valor da nova menina dos olhos da indústria do entretenimento, Hiroshi Kishima manda um recado: “Assim como houve a queda nos preços dos televisores de plasma e cristal líquido, o sucesso dessa nova tecnologia deve resultar em preços mais competitivos”. As vendas da Semp Toshiba somaram R$ 2,2 bilhões em 2006, montante 16% superior aos R$ 1,9 bilhão de 2005. Em 2007, a empresa prevê crescimento de 15%, atingindo um faturamento estimado em R$ 2,53 bilhões.