22/10/2003 - 10:00
Depois de conquistar o público televisivo com episódios semanais, o tresloucado casal formado por Vani (Fernanda Torres) e Rui (Luiz Fernando Guimarães) chega às telas para contar como se conheceu. A primeira cena de Os normais – o filme (Brasil, 2003), cartaz nacional a partir da sexta-feira 24, mostra Rui, nervoso na sacristia à espera de Martha (Marisa Orth), com quem vai se casar e que se encontra presa num engarrafamento a caminho da igreja. De repente, surge Vani, a
noiva do casamento anterior, que não pôde ser iniciado porque Sérgio (Evandro Mesquita), seu noivo, se esqueceu de providenciar o arroz necessário para a saída dos pombinhos. Solícito, de celular em punho,
Rui pede a Martha que ceda um pouco dos 50 quilos de que dispunham. Recebe um sonoro não acompanhado de uma descompostura. O ódio de Vani pela jararaca começa aí e atingirá o ponto culminante, horas mais tarde, quando descobre que serão vizinhas – por pouco tempo, já que Vani e Rui ficarão juntos.
Seguindo a fórmula solidificada pelo sucesso da televisão, Fernanda e Guimarães foram dirigidos por José Alvarenga Jr. a partir do roteiro de Alexandre Machado e Fernanda Young, que formam um casal na vida real. Como a maioria das comédias românticas clássicas produzidas por Hollywood, Os normais – o filme foi todo rodado em interiores, só que se valendo de câmeras de vídeo digital de alta definição (HD), técnica aperfeiçoada durante a produção da série. Há também garantia de boas risadas, com Mesquita dando um show no papel do sonso mau caráter Sérgio. Para o público fiel, a maior novidade é a faceta suave e sensível de Rui. Ele não consegue esconder o fascínio que aquela louca exerce sobre ele. Paralelamente, por vingança Sérgio faz questão de projetar slides nos quais Vani aparece rebolando num animado pagode, cercada de negrões que a garota jura serem seus primos. Como prova definitiva da insanidade daquela com quem acabou de se casar, o cafajeste surge com uma foto de Vani e sua turma, todos de uniforme. Ela era integrante da juventude collorida. Piradinha, coitada.