15/10/2003 - 10:00
Vai ter acordo com o FMI |
Na terça-feira 7, o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, cometeu uma pequena indiscrição, durante encontro com os líderes governistas no Palácio do Planalto. Na tentativa de acalmar os ânimos da base aliada com a falta de recursos no Orçamento, Palocci acabou antecipando que deverá mesmo ser fechado um acordo com o Fundo Monetário Internacional. “Podem ficar tranquilos. Esse acordo com o FMI será bem diferenciado dos anteriores, e permitirá uma boa folga no Orçamento.” A tal folga virá mesmo das receitas que já estão na ponta da língua dos economistas: ou se diminui a meta de superávit primário (hoje amarrada em 4,75%) ou se flexibiliza esse superávit, excluindo de sua conta os investimentos das estatais e os gastos com programas sociais do tipo Fome Zero. Na agenda do ministro Palocci, em novembro o acordo já deverá estar fechado e, em dezembro, o Orçamento para 2004 poderá ser revisto. Com folgas para a gastança dos políticos num ano em que haverá eleições em todos os municípios do País. Os líderes quase bateram palmas. |
Medo da reforma
A última quinzena de setembro foi daquelas que merecem registro na história. Em 15 dias, governos de dez Estados decretaram R$ 20 bilhões em renúncias fiscais. Foi R$ 1,3 bilhão por dia em transferências dos cofres públicos para a iniciativa privada. Uma guerra fiscal antecipada pelo medo da reforma tributária, segundo levantamento do site www.cartacongresso.com.br. A cada 60 minutos, os Tesouros estaduais perderam R$ 54 milhões naqueles idos de setembro.
Candidatura na rua
O senador Romeu Tuma (PFL-SP), quem diria, está apostando que ainda pode ser presidente do Senado. Para isso, não poderá ser aprovada a emenda constitucional autorizando a reeleição do atual presidente da Casa, José Sarney. Tuma já está ameaçando trocar o PFL pelo PMDB, o que viabilizaria sua candidatura. Ele até contratou para seu gabinete um fortíssimo cabo eleitoral: o ex-diretor-geral da Câmara Adelmar Sabino.
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A volta de Cleto Falcão
Líder do governo Fernando Collor na Câmara, o ex-deputado Cleto Falcão está terminando um livro de memórias. Conta seus encontros com figuras como: o próprio Collor, Fernando Henrique Cardoso, Paulo César Farias, Hosmany Ramos, Castor de Andrade e Pablo Escobar. “Mas tem também o papa João Paulo II, Pelé, Jânio Quadros e Marcello Mastroianni”, avisa, antes que pensem que é um livro de denúncias.
Rápidas
• O FMI está cobrando do governo o compromisso de privatização dos bancos estaduais do Piauí, Ceará, Maranhão e Santa Catarina. Mas Lula tem dito que não vai privatizar nada.
• Líder do PMDB na Câmara, Eunício Oliveira já avisou ao líder do partido no Senado, Renan Calheiros: não o apoiará na proposta de derrubar agora Michel Temer da presidência do partido.
• Como prova de que está de bem com a ex-mulher, Marta, o senador Eduardo Suplicy tentou aprovar no Senado autorização de financiamento do BNDES à prefeitura. Mas não conseguiu.
• O senador Paulo Octávio (PFL-DF) está em campanha contra a construção do hotel previsto na ampliação do aeroporto de Brasília. Em tempo: ele é dono de quatro hotéis na cidade.