O autor do livro não é são-paulino mas ama o seu personagem, que foi o melhor ponta-esquerda que o São Paulo já teve (vale a informação, o autor torce para a Ponte Preta da cidade paulista de Campinas). O personagem não gostava de ler livros mas amava o futebol – tanto quanto o autor ama. O resultado é a excelente obra Canhoteiro, o Garrincha que não foi, escrita por Renato Pompeu (editora Ediouro). “Mago” ou “Mandrake” era chamado pela galera quando estava com a bola nos pés, José Ribamar de Oliveira encantou os estádios de futebol entre os anos de 1954 e 1963. Já foi homenageado em música por Chico Buarque. Agora recebe mais honrarias: “Ele foi o Garrincha da esquerda deixando os seus adversários em situações constrangedoras e até risíveis”, escreve Renato Pompeu. O autor lembra, nesse momento do livro, a ocasião em que Canhoteiro driblou 14 vezes consecutivas o jogador Idário (Corinthians). Ao longo de nove anos jogando pelo São Paulo, ele manteve a média de artilheiro de um gol a cada quatro jogos. Natural da pequena cidade maranhense de Coroatá, Canhoteiro foi um eterno encantado com a boêmia da cidade que dá nome ao time no qual ele tanto brilhou. A vida desregrada cobrou prematuramente o seu preço: Canhoteiro morreu ao 42 anos.