A Real Academia Sueca de Ciências em Estocolmo anunciou ao longo da semana os seguintes prêmios. Em cada categoria, os laureados dividem US$ 1,3 milhão

Paz

A advogada iraniana e ativista de direitos humanos Shirin Ebadi, 56 anos, foi a ganhadora do Prêmio Nobel da Paz. Shirin foi a primeira juíza do Irã, mas teve de renunciar a essa função em 1979 por causa da Revolução Islâmica que restringiu os direitos das mulheres. “Defender os direitos humanos no Irã é viver com medo, mas eu superei esse pavor”, disse ela certa vez. Shirin é conhecida por buscar a solução dos problemas sociais através do diálogo. Como advogada, ela defende a liberdade de expressão e política, itens que considera que devem fazer parte de uma nova interpretação da lei islâmica. Shirin foi advogada da família de escritores e intelectuais assassinados entre 1999 e 2000. Atualmente é professora na Universidade de Teerã.

Medicina

O químico americano Paul Lauterbur, 74 anos, da Universidade de Illinois, e o físico britânico Peter Mansfield, 69 anos, da Universidade de Nottingham, dividiram o Nobel de Medicina. Os dois ajudaram a desenvolver a ressonância magnética, técnica de obtenção de imagens de tecidos e órgãos utilizada anualmente em cerca de 60 milhões de exames em todo o mundo. A ressonância se utiliza de um campo magnético e de ondas de rádio para alinhar átomos de hidrogênio e fazê-los oscilar, gerando assim informações sobre a anatomia dos órgãos e seu funcionamento. Lauterbur iniciou as suas pesquisas em 1973. O auxílio de Mansfield foi vital. O cientista testou a técnica em si próprio para saber se era segura.

Física

A supercondutividade e a superfluidez foram as áreas vencedoras de Física, prêmio dividido entre três pesquisadores. O russo Alexei Abrikosov, 75 anos, e o russo Vitaly Ginzburg, 87, pesquisaram tipos de supercondutores: materiais que têm a capacidade de transmitir energia elétrica sem resistência. Essa área pode oferecer inúmeras aplicações práticas, desde o uso em medicina e eletrônica até o desenvolvimento de trens supervelozes que levitam sem encostar nos trilhos. Já a superfluidez, área do físico teórico anglo-americano Anthony Leggett, 65 anos, não promete tanto, como ele próprio reconhece. É usada para deduzir o valor de constantes universais da mecânica quântica.

Química

Os médicos americanos Peter Agre, 54 anos, e Roderick MacKinnon, 47, levaram a láurea de Química por terem ajudado a desvendar o funcionamento de entrada e saída de substâncias como água e íons (átomos com cargas) das células por meio de suas membranas. São mecanismos importantes que influenciam nos impulsos nervosos e no funcionamento dos rins e dos músculos.

Economia

Foi concedido para pesquisas econométricas: a aplicação de modelos matemáticos e estatísticos ao estudo das relações econômicas. Os vencedores são os professores americanos Robert Engle, 60 anos, e o aposentado Clive Granger, 69. Eles criaram métodos que são usados por instituições financeiras para estimar o comportamento de indicadores como PIB, poupança e cotação de ações.