Quem chega à ilha de Aruba dificilmente se lembra que está a menos de 40 quilômetros da Venezuela. Os ensolarados 193 quilômetros quadrados da ilha parecem ficar a milhares de quilômetros da América do Sul. Na simpática ilha caribenha, o turista encontra um tratamento digno de Primeiro Mundo, algo vital para uma região cuja economia depende quase que inteiramente do turismo. Encontra também muitos americanos, holandeses e alemães,
além de lojas, restaurantes e hotéis que aceitam pagamento
em dólar sem pestanejar.

Todos os arubianos são muito bem preparados para receber visitantes. Isso inclui falar pelo menos quatro línguas. Primeiro, eles aprendem o papiamento, que é uma mistura de holandês, inglês, espanhol e português, entre outros idiomas. Na escola, balbuciam as primeiras palavras em holandês, a língua oficial do país e herança da colonização. Na sala de aula, também têm inglês e espanhol, que falam fluentemente. No tempo que sobra, estudam outras línguas, como francês e alemão. Atualmente, há muitos arubianos interessados em aprender o português. A razão é bem prática. O governo de Aruba, os hotéis, cassinos e os comerciantes locais querem a todo custo atrair de volta à ilha os turistas brasileiros, que sumiram do pequeno mapa da ilha depois da crise cambial de 2000. Antes da subida do dólar, 40 mil brasileiros visitavam anualmente a região. Agora, são menos de três mil. “O turista brasileiro é um dos mais bem-vindos em Aruba porque é um dos que mais consomem”, diz Mirto Granadillo de Mey, diretor para a América Latina da Aruba Tourism Autorithy, a secretaria de turismo do país.

O primeiro passo do governo local para seduzir o turista brasileiro foi fechar um acordo com a TAM e as operadoras de turismo TAM Viagens e CVC, que começam no mês que vem a enviar vôos fretados toda semana para a ilha. Os pacotes saem a partir de US$ 898 por sete noites.

Em Aruba, há cassinos, casas noturnas, bons restaurantes, campos de golfe e safáris pelo deserto. Mas o forte mesmo de lá é o mar – para ser mais exato, o que está abaixo da superfície. Não há desculpa para deixar de conhecer as belezas submarinas da região. A maneira mais simples é fazer um mergulho de snorkel durante um passeio de catamarã. Embaixo d´água, os mergulhadores têm a oportunidade de nadar próximo a um navio alemão afundado durante a Segunda Guerra.

Uma boa alternativa para quem ainda não fez curso de mergulho autônomo e quer ir mais fundo nas belezas submarinas é o snuba, uma mistura de snorkel com cilindros de oxigênio. Os tanques de ar ficam na superfície, sobre bóias, e mangueiras de ar abastecem os mergulhadores com oxigênio. Não é necessário fazer curso – basta apenas ouvir alguns minutos de instruções para chegar a uma profundidade de seis metros. Há até uma opção para quem quer entrar na água sem se molhar. É só apelar para o submarino Atlantis, especialmente construído em 1990 por US$ 3,5 milhões para transportar turistas. A embarcação tem 48 assentos, todos de frente para uma janela, e desce a 50 metros de profundidade, depois de passar por dois navios naufragados.

Os hotéis de Aruba também são um atrativo à parte. Grifes como Radisson, Hyatt e Allegro fazem fronteira com a areia da praia. Quem não tem um lugar ao sol próximo do mar dá um jeitinho. É o caso do Renaissance. Como há uma movimentada avenida entre seu prédio e a praia, o hotel construiu um canal que liga o mar ao saguão principal. De lá, os hóspedes pegam uma lancha até uma ilha exclusiva onde contam com praias e até com um interessante espaço à beira- d´água para casais em lua-de-mel.

Não é só o governo e a iniciativa privada que se mexem para atrair turistas. Além do mar verde e convidativo, os animais também contribuem. As iguanas andam despreocupadas pelos jardins dos hotéis, os pelicanos pescam próximo dos barcos e flamingos passeiam despreocupados por algumas praias. Todos parecem ter participado de algum curso para receber e tratar bem turistas e estar sempre dispostos a serem fotografados. Até os vegetais fazem sua parte, sem receber comissão. A árvore local, a divi divi, serve para orientar turistas perdidos. Ela perdeu a briga com o forte vento que sopra o dia inteiro e, desde pequena, começa a tombar e apontar para o lado sudeste da ilha.
É uma coincidência muito bem-vinda, pois é lá que estão localizados
os melhores hotéis de Aruba.