08/10/2003 - 10:00
Estrelado pelo primeiro personagem cem por cento virtual do cinema brasileiro – a Árvore coral, mistura de vegetal e réptil –, o filme infantil Ilha Rá-Tim-Bum em o martelo de Vulcano (Brasil, 2003), em cartaz nacional na sexta-feira 10, consumiu R$ 2,5 milhões, 50% deles em efeitos especiais. Devido aos recursos de última geração, que dominam cerca de um terço da fita, as peripécias envolvendo os cinco jovens que naufragaram nas vizinhanças da misteriosa ilha se tornaram ainda mais verossímeis. Agora, Gigante (Paulo Nigro), Rouxinol (Greta Eleftheriou), Raio (Abayomi de Oliveira), Majestade (Thuanny Costa) e Micróbio (Rafael Chagas) se vêem diante de uma luta mortal entre o maligno e repelente Nefasto (Ernani Moraes) e Hipácia (Graziela Moretto), a última bibliotecária de Alexandria. Auxiliado pelo zangão Zabumba (Luciano Gatti) e pela libélula Polca (Bárbara Paz), Nefasto precisa recuperar um objeto mitológico que estaria nas mãos de Hipácia, amiga dos garotos e do lagarto Solek (Henrique Stroeter) e da aranha Nhã-nhã-nhã (Angela Dip).
Dirigido por Eliana Fonseca, O martelo de Vulcano foi filmado integralmente em estúdio em sistema digital de alta definição (HD) e transferido para película 35mm. Tal captação, inédita no País, permite a exibição em salas digitais de cinema e em aparelhos de HDTV – televisão de alta definição. A produtora Multishot Pictures, responsável pelos efeitos de sucessos como Deus é brasileiro e Xuxa e os duendes, cuidou da animação 3D e dos cenários gerados por computador com tal esmero que animou a garotada que assistiu às pré-estréias. Mas a diretora privilegiou os efeitos especiais em detrimento da história. O desempenho amadorístico de parte do elenco também prejudica o andamento do filme. Só as presenças seguras de Graziela Moretto e Ernani Moraes dominam a tela. Chama a atenção, no entanto, a manipulação criminosa do noticiário da televisão. Traquinagem sob medida para Nefasto.