Apesar do vertiginoso progresso da ciência, alguns males que afetam a humanidade continuam sem solução. Ainda não se conseguiu impedir que células do corpo humano fujam da harmonia que rege o organismo e, fora de controle, se transformem, de maneira caótica, em tumores cancerígenos. O que se consegue, com sucesso cada vez maior, é aumentar o arsenal de combate ao temido mal. Cada vez menos temido. O preconceito que acompanhava a doença em seus primórdios hoje já não existe mais. Mais recente na história do homem, a Aids ainda não tem cura, mas graças aos esforços de médicos e cientistas ela é menos letal. Hoje, a qualidade de vida de quem tem a doença melhorou a ponto de ela ser encarada como mal crônico cada vez menos assustador, e as esperanças de uma vacina eficiente são mais concretas. Mas, se os novos medicamentos têm sido eficientes para controlá-la, para o preconceito que a acompanha ainda não foi encontrado remédio.

Referência mundial no tratamento da Aids, o sucesso do Brasil com o Programa Nacional de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST)/Aids é tamanho que seu antigo coordenador, o médico sanitarista Paulo Teixeira, hoje elabora o plano de políticas de controle à Aids da Organização Mundial da Saúde (OMS), em Genebra, na Suíça. A excelência do programa será testada agora no campo do diagnóstico. Pelas pesquisas do Ministério da Saúde, dos 600 mil brasileiros infectados pelo HIV, 400 mil não sabem disso. No dia 13 de outubro será lançada a Fique Sabendo, ampla campanha do Ministério da Saúde para levar a maior parte possível da população aos centros de testes. A partir da pág.78, Luiza Villaméa e Eduardo Marini, sensíveis, competentes e premiados jornalistas do time de ISTOÉ, antecipam a campanha e mostram como alguns brasileiros vivem, como lidam com o preconceito e como ficaram sabendo que tinham o vírus.

Nossos repórteres Amaury Ribeiro Jr., Sônia Filgueiras, Osmar Freitas Jr. – correspondente em Nova York – e a equipe formada por Francisco Alves Filho, Liana Melo e Ricardo Miranda ganharam o cobiçado Grande Prêmio Imprensa Embratel, pelo furo de reportagem que denunciou a quadrilha de funcionários da Secretaria da Fazenda do Rio. Entre eles o fiscal Silveirinha, que desviou US$ 33,4 milhões para a Suíça. Dividimos com você, leitor, o prêmio e a satisfação de recebê-lo.