26/10/2005 - 10:00
A partir da segunda-feira 24, estará à venda o DVD do Ecomotion/Pro 2005 (R$ 55, no site www.ecomotion.com.br), a maior corrida de aventura da América Latina, realizada na Serra Gaúcha no início deste mês. A prova, que tem o apoio de ISTOÉ e foi organizada pela Ecomotion Outdoor Sports Marketing, do empresário Said Aiach Neto, faz parte do AR World Series, o circuito mundial de corridas de aventura. Além do reconhecimento internacional, os números grandiosos não deixam dúvidas. Foram 450 pessoas envolvidas na organização, entre equipes de resgate e apoio, tradutores, fiscais de prova e até DJs para as festas de abertura e encerramento. Para percorrer os 444 quilômetros da prova em diversas modalidades, as 51 equipes usaram 108 caiaques duplos, 20 botes de rafting, 54 caiaques infláveis e 60 cavalos.
O ponto alto do filme é a seqüência de imagens deslumbrantes do rapel na Cachoeira do Caracol, uma queda de 130 metros. Mesmo depois de 422 quilômetros de muito esforço, o americano Neil Jones, da equipe vice-campeã Merrell/Wigwam, abre um sorriso ao deparar com a cascata. “Essa é uma das principais corridas do mundo. Tem cenários lindos, é realmente bem organizada e o povo é muito gentil.” Jones não foi o único estrangeiro a se render às paisagens e ao profissionalismo da organização. A bombeira espanhola Emma Rocca, capitã da vencedora Buff Nike ACG, foi taxativa: “Competimos há mais de dez anos e não tenho nenhuma crítica ao Ecomotion.” Os espanhóis lideraram de ponta a ponta e precisaram de apenas 69 horas – o último colocado levou quase o dobro, 130 horas – para ganhar o prêmio de US$ 35 mil. Mas nem tudo foi fácil para os europeus. Entre os postos de controle 15 e 16 – um trekking de 36 quilômetros que marcava o meio da prova –, ficaram perdidos por três horas. Cortesia da escuridão da madrugada e da pesada chuva que castigou a Serra. Rocca chegou ao posto 16 repetindo a palavra nightmare – pesadelo, em inglês.
Segunda colocada no AR World Championship de 2004, a última e mais exigente prova do circuito mundial, a sueca Cross Sportswear ficou a dez quilômetros do prêmio de US$ 5 mil pelo terceiro lugar. O atleta Johan Andersson desmaiou e a equipe saiu da prova. “Foi muito frustrante, mas a saúde de alguém é mais importante do que terminar uma corrida”, ponderou o capitão Mats Andersson. Mesmo com o contratempo, Andersson elogiou a prova: “A Ecomotion é uma das corridas mais bem organizadas que já fiz. Entre as do AR World Series, até agora esta foi a melhor.”
Tiro – Com o abandono, o terceiro
lugar ficou com os brasilienses da Oskalunga Brasil Telecom, atuais primeiros colocados do ranking
nacional. “Sabíamos que essa seria a edição mais difícil, pelo nível dos adversários”, ressalta o corredor Monclair Cammarota. O momento de maior tensão para o time foi entre os postos de controle 28 e 29. Perdidos em um trecho de bike, foram pedir ajuda. O capitão Frederico Gall, o Lico, bateu em uma casa e perguntou sobre o rio do rafting. O problema é que eram 4 horas da manhã. O morador saiu aos berros: “Não tem nada de rafting nenhum!” e deu um tiro para cima. A exaustão pelos 380 quilômetros percorridos desapareceu e Lico saiu correndo.
O organizador da prova, Said Aiach Neto, comemorou o resultado. “No ano que vem teremos ainda mais estrangeiros. Eles adoram.” O Ecomotion/Pro de 2006 ainda não tem lugar, mas Said dá dicas: “Está entre os Lençóis Maranhenses, a Chapada dos Veadeiros e o delta do Parnaíba.” Já o próximo compromisso das brasileiras Oskalunga, Try On Landscape e Mitsubishi Salomon Quasar Lontra tem data certa: 11 de novembro. É quando começa a AR World Series deste ano, na Nova Zelândia. Lá, são 60 equipes, 500 quilômetros de percurso e R$ 155 mil de prêmio.