01/10/2003 - 10:00
A série de reportagens “Máfia dos fiscais”, publicada em ISTOÉ, foi a grande vencedora do 5º Prêmio Imprensa Embratel, iniciativa da Embratel e do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro. Os repórteres Amaury Ribeiro Jr., Sônia Filgueiras e a equipe formada por Francisco Alves Filho, Liana Melo e Ricardo Miranda, ganharam o Prêmio Barbosa Lima Sobrinho em uma grande festa do jornalismo brasileiro realizada na noite de quarta-feira 24 no Canecão, no Rio de Janeiro.
“Foi uma vitória da ética e um recado para a pirataria. Não existe jornalismo investigativo sem ética”, discursou Amaury, ao receber a maior premiação da noite. Amaury lembrou que tanto sua mulher, Camilla Baeta Neves, como sua colega Sônia Filgueiras estão grávidas e que a maior herança que esperam deixar para os filhos é o senso ético. “ISTOÉ ofereceu aos seus leitores um caso completo. Tenho orgulho da importância jornalística dessa matéria e isso ninguém tira da revista”, afirmou Sônia. O furo e a série de reportagens de ISTOÉ denunciando uma quadrilha de funcionários do alto escalão da Secretaria da Fazenda do Rio, entre eles o fiscal Rodrigo Silveirinha, que desviou US$ 33,4 milhões para contas na Suíça, fruto de propina e extorsão, ficaram à frente de cerca de mil trabalhos inscritos, elaborados por 700 jornalistas de todo o País. Silveirinha e os demais fiscais envolvidos no escândalo
do propinoduto, como o caso ficou conhecido, foram afastados de suas funções e estão presos. A série de reportagens tornou-se peça de referência nas investigações do Ministério Público.
“Houve uma percepção do júri de que a matéria de ISTOÉ representou o melhor trabalho jornalístico feito nesse período. Foi a melhor das melhores”, disse Janice Caetano, presidente da comissão julgadora e diretora do Sindicato dos Jornalistas do Rio. ISTOÉ concorreu ainda na categoria Jornalismo Investigativo com reportagens que marcaram a imprensa no último ano. Além da série “Máfia dos fiscais”, estavam entre os finalistas a série “Banestado”, de Amaury Ribeiro Jr., Sônia Filgueiras e Weiller Diniz, e “Grampo ACM”, de Luiz Cláudio Cunha, Weiller Diniz e equipe. Na série sobre o Banestado, ISTOÉ revelou relatório da Polícia Federal apontando políticos, empresários e narcotraficantes como responsáveis pela evasão de US$ 30 bilhões para o Exterior, entre 1996 e 1999, por intermédio de doleiros que instalaram uma megalavanderia na agência do Banestado em Nova York. Uma CPI aberta no Congresso investiga o caso. Já em “Grampo ACM”, ISTOÉ mostrou que denúncias feitas pelo senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) contra inimigos políticos, autoridades e conhecidos tinham origem nos grampos ilegais montados a seu pedido na Secretaria de Segurança Pública da Bahia. Na categoria, o prêmio ficou com “Grampos ilegais da Bahia”, do jornalista Marconi de Souza e equipe, do jornal A Tarde, de Salvador. Uma série versando sobre o assunto revelado por ISTOÉ também foi premiada: “No rastro das propinas”, de Alan Gripp, Ancelmo Gois, Dimmi Amora e equipe, levou para O Globo o prêmio na categoria Jornal e Revista.
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