Como instrumentos de trabalho ou verdadeiros objetos de culto e desejo, as motos ganham cada vez mais espaço nas garagens dos brasileiros. Rodam pelas ruas do País nada menos que 7,5 milhões de motos. Em 2004, o setor quebrou a barreira de um milhão de unidades produzidas e espera fechar 2005 com 1,15 milhão. O Salão das Duas Rodas, realizado na semana passada, em São Paulo, é a grande vitrine do setor, onde o público pôde ver e tocar as máquinas mais cobiçadas e conhecer as novidades entre os modelos mais acessíveis que, de fato, poderão ser pilotados pelos mortais comuns.

As motos caras e de grandes cilindradas, como sempre, roubaram toda a atenção e ganharam o destaque das montadoras, em inúmeros lançamentos. Sinal da vitalidade do setor. As principais empresas investem em modelos cobiçados com mais de 600 cilindradas e com preços acima dos R$ 25 mil, visando fortalecer a marca e na esperança de fazer com que os consumidores comprem as motos mais potentes (custam mais de dez modelos populares de 125cc).

Enquanto alguns sonham com algumas das máquinas mostradas nas fotos destas páginas, a realidade do mercado é bem diferente. No País, cerca de 88% das vendas são de motos com até 150cc – aquelas popularizadas pelos motoboys das grandes cidades. As japonesas Yamaha e Suzuki lançaram recentemente novos modelos com essa cilindrada para brigar com as motos da Honda, absoluta no setor. As nacionais também não perderam tempo. A montadora do empresário Abraham Kasinski modernizou todos os modelos. E a caçula Sundown, há dois anos no mercado, mas com 3,2% de participação, já ambiciona vôos mais altos com a nova Hunter de 90cc, por R$ 2.990.