Livro da vida

Um projeto de cinco anos vai recolher amostras de DNA de 100 mil pessoas dos cinco continentes para contar a história da colonização do planeta. A iniciativa de US$ 40 milhões, pagos pela IBM e pela National Geographic, vai usar a genética para traçar o processo migratório que começou na África, há pelo menos 60 mil anos. Por US$ 100, qualquer pessoa pode doar seu DNA para análise. A Universidade Federal de Minas Gerais será um dos dez centros de coleta do Projeto Genográfico. A maior resistência é dos grupos indígenas, que temem o uso indevido das amostras de seu sangue. A partir desse banco de dados genético devem surgir respostas para questões como: qual a população mais antiga da África?, quais os primeiros colonizadores da Índia? E até se o exército de Alexandre, o Grande deixou herança genética.

Pocotó
Desde que os persas começaram a jogar pólo, há dois mil anos, não se via tanta originalidade. Virou moda entre os executivos do Vale do Silício – região da Califórnia (EUA) onde se encontra boa parte das empresas de tecnologia – jogar pólo montado no patinete Segway. Já existe até campeonato com o transportador humano criado para driblar o trânsito das grandes cidades. Um dos adeptos é Stephen Wozniak, co-fundador da Apple, famoso por sua agressividade nas quadras.

Tintin e o tubarão
Fabien Cousteau, neto do oceanógrafo francês Jacques Cousteau, inventou um submarino com formato de tubarão para estudar o maior predador dos mares. Inspirado numa aventura do personagem Tintin, das histórias em quadrinhos, Troy é um submarino de 500 quilos equipado com três câmeras de vídeo, uma delas acima da cabeça do bicho. O robô usa um sistema de ar para se mover sem fazer barulho nem bolhas. Coberto de um material elástico usado em próteses, o tubarão concentra todo o controle de navegação na cabeça, de onde Fabien pilota o bicho. Nos primeiros testes, os tubarões de verdade não estranharam o companheiro.

O redescobrimento
O dia 22 de abril de 1500 marca o olhar inaugural de Pero Vaz de Caminha sobre o território brasileiro, quando ele se deslumbrou com a floresta onipresente e sua riqueza natural. Celebramos também os 505 anos de devastação e desmatamento contínuos da Mata Atlântica.

A região de Porto Seguro, na Bahia, foi a primeira paisagem em que os navegantes desembarcaram. Hoje consolidada como um dos destinos turísticos mais populares do País, a área agoniza no que diz respeito à conservação ambiental. Enquanto a meca das viagens de formatura tem só 25% de remanescentes florestais (segundo o Atlas da Fundação SOS Mata Atlântica em parceria e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), a vizinha Itacaré ostenta 79% de Mata Atlântica.

Contrastes semelhantes aos do sul da Bahia se repetem. Situações como essa nos permitem simular cenários futuros e apontar caminhos de desenvolvimento e atividades sustentáveis, de forma a minimizar impactos negativos em regiões ainda preservadas e a evitar a degradação socioambiental.

No momento em que vários municípios discutem seu Plano Diretor e Zoneamento Territorial, é primordial que o poder público esteja comprometido com a qualidade ambiental e estabeleça um processo de discussão e de consulta pública, no
qual a participação da sociedade seja efetiva e as regras acordadas sejam incorporadas com vistas a garantir a proteção dos patrimônios naturais, históricos
e culturais existentes.

Márcia Hirota
Diretora de Gestão do Conhecimento da Fundação SOS Mata Atlântica