Não há nada que justifique um brinde com champanhe, mas os primeiros sinais de que a economia brasileira se movimenta bem em alguns setores já estão à vista. Não se trata de um boom de empregos – a grande expectativa da população. Trata-se, sim, de sinais consistentes de que
o País vai decolar. Ou, como disse o jornal inglês Financial Times, de que o Brasil, com a reforma previdenciária – aprovada na Câmara em três meses e meio, um prazo inimaginável para os padrões de outros governos –, está voltando aos trilhos. A Petrobras, a maior empresa do País, registrou no primeiro semestre deste ano o maior lucro líquido de sua história – R$ 9,37 bilhões. O País deve terminar 2003 como o maior exportador de soja, superando os Estados Unidos. Supera os Estados Unidos também na questão da energia. Aqui não haverá apagão, disse
a ministra de Minas e Energia, Dilma Roussef. Sem querer provocar a
ira dos deuses, como diz, ela afirma que há uma sobra de energia.
O que nos livra de enfrentar ao vivo o terror que se abateu sobre Estados Unidos e Canadá na quinta-feira 14.

Na semana que passou, o mercado de ações brasileiro voltou a subir cerca de 5%, por quatro dias consecutivos, aproximando-se dos melhores níveis do ano. E a indústria de carros tratou, enfim, de reduzir preços – beneficiando-se da redução do IPI – para esvaziar os pátios lotados. Algumas concessionárias de São Paulo operam com descontos de até 15%. Mais uma vez, os juros básicos da economia caminham para a queda, segundo os analistas, de 2%. Nada que tire o País do pódio dos juros, mas sinal de que alguma coisa acontece em favor dos brasileiros. A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) fala numa efetiva melhora a partir do final de setembro, começo de outubro. E o presidente Lula não tem dúvida de que o pior já passou.