COMPORTAMENTO
Adelaide era tão obediente que satisfazia todos os desejos sexuais de Carlos Alberto – até mesmo quando ele queria que ela passasse a noite sob a sua cama. Mas deixemos isso para depois, vamos passo a passo nessa história…
Carlos Alberto Canuto, 44 anos, matou os seus pais, Manoel e Rosa – ambos aposentados, respectivamente com 70 e 71 anos. Descarte-se já a hipótese de que Carlos Alberto matou para herdar alguma coisa: a família era paupérrima, ele próprio um auxiliar de pedreiro desempregado. Fique-se então com a versão imediata, emocional e um tanto inflada do filho: Carlos Alberto diz que matou por amor porque os seus pais, evangélicos, eram contra o seu namoro com Adelaide. Mais: os seus pais mataram Adelaide “com requintes de crueldade”, foram “espetando e furando a moça”. “Carlos Alberto me contou
que Adelaide era o nome de uma paixão da juventude, e por isso
ele também chamava assim essa sua grande paixão do momento”, disse a ISTOÉ Luís Hellmeister, delegado da cidade paulista de Santana do Parnaíba onde o crime ocorreu. Com Adelaide furada e cortada sobre uma cama, Carlos Alberto assassinou o pai com quatro facas diferentes (para simular que quatro assaltantes
teriam invadido a sua casa) e asfixiou a mãe. “Sou feio, pobre,
não tenho dinheiro para frequentar prostitutas e tenho muito
medo da Aids. Adelaide era o amor que resolvia tudo isso”, disse Carlos Alberto. O namoro reprovado pelos pais já andava pelos quatro meses, três relações sexuais por dia, apesar das proibições. Retomemos aqui o início dessa nota: um Carlos Alberto extasiando-se de prazer, uma Adelaide muda mas obediente a todos os seus desejos, até mesmo quando ela era obrigada a passar a noite escondida embaixo do leito. Na pequena Santana do Parnaíba
não se fala de outra coisa a não ser do crime. A população se revolta contra o pedreiro Carlos Alberto. O pedreiro Carlos Alberto
se compadece por Adelaide, a sua boneca inflável que lhe custou todas as minguadas economias de R$ 210.