13/08/2003 - 10:00
Lula começou bem o mês. Como ISTOÉ antecipou em sua última edição na reportagem de capa A hora de crescer, o governo, entre outras medidas para retomar o desenvolvimento, irrigaria a economia com mais financiamentos para consumo e investimentos. Foi o que aconteceu na sexta-feira 8, quando o Banco Central reduziu o compulsório bancário de 60% para 45%. A medida teve efeito imediato. Bancos, como o Itaú, por exemplo, reduziram as taxas de juros dos cheques especiais, do crédito pessoal e do desconto de duplicatas. Roberto Setúbal, o presidente do banco, declarou que com isso “espera contribuir para o reaquecimento da atividade econômica”.
Outro gol do governo foi a aprovação da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados, em Brasília. Em uma bem-sucedida operação de guerra – comandada com exemplar competência pelo presidente Lula, o ministro José Dirceu, o presidente da Câmara, João Paulo Cunha, e o presidente do PT, José Genoíno –, o governo peitou a fúria dos descontentes e conseguiu os votos necessários para passar a reforma. O evento serviu para mostrar que o PT é um partido em transformação e depuração, mas que seu núcleo duro, apesar de acusações em contrário, não tem dúvidas em relação a seu status quo: ele é um partido que está no poder e como tal suas relações têm que ser muito mais amplas. Para seu presidente, José Genoíno, o partido que nasceu com os metalúrgicos de macacão no ABC paulista, hoje, no governo, passa de partido-macacão para partido-cidadão. Em relação à depuração do partido, é evidente que não fazem parte dos planos, nem do governo nem do PT, os furiosos que demoliram as vidraças do Congresso. E isso, para o resto do País, é muito tranquilizador.