Como bem assinalou a curadora americana Susan Cross, percorrer o espaço da exposição de Ana Linnemann equivale a “navegar nas formas e espaços fraturados de uma natureza-morta cubista”. A artista brasileira radicada em Nova York consegue este efeito multifacetado, descascando e fatiando – literalmente, com o auxílio de serras, laser e outras técnicas de corte – objetos domésticos como relógios, discos de vinil, luminárias, mesas de centro, malas e baldes de plástico. Além do caráter obviamente lúdico da empreitada, a mostra alinhava parentescos com o concretismo brasileiro, especialmente em relação aos Metaesquemas de Hélio Oiticica e aos Trepantes de Lygia Clark.