13/08/2003 - 10:00
Humor para posar de rock stars, os quatro integrantes da banda americana The Dandy Warhols têm. A começar pelo nome, uma evidente – e divertida – alusão ao ícone máximo da pop art, Andy Warhol, que também é citado na capa do recém-lançado Welcome to the monkey house, quarto disco na carreira do grupo. De autoria do artista plástico Ron English, o desenho pinça referências de Warhol, misturando as idéias das históricas capas dos discos The Velvet Underground and Nico, do conjunto do mesmo nome, e Sticky fingers, dos Rolling Stones. Gracinhas que todo grupo de rock mais antenado gosta de fazer. The Dandy Warhols se engaja na linha vanguardista do rock atual. Ou seja, não se descabela aos altos decibéis de guitarras e doura uma certa estranheza com muito balanço calcado no modernoso trio guitarra/bateria/teclados.
Cheio de sons alienígenas criados em estúdio, o grupo mostra pulso
e criatividade em 13 faixas. The dope (wonderful you) reserva solos
em compassos cardíacos do baixo elétrico, junto a suspiros eletrônicos, guitarra e backing vocals semipsicodélicos que fazem contraponto à
voz grave e sussurrante de Courtney Taylor-Taylor, também piloto
de guitarra e teclados. I am a scientist, que tem sample da canção Fashion, de David Bowie, é uma festa eletrônica-percussiva, pronta para qualquer pista não ortodoxa. The Dandy Warhols love almost everyone percorre a mesma estrada. Em seguida, a banda compensa a alegria com a etérea Insincere because I, típica trilha lounge. Mas não demora para retomar o fôlego em Heavenly, em Hit rock bottom, que, dentro do espírito new dark do grupo, é a mais ensolarada, e em I am sound, que no início remete a Ashes to ashes, de Bowie, com quem eles já tocaram ao vivo. Dos palcos à brincadeira com o nome, The Dandy Warhols se mostra bem acompanhado.