13/08/2003 - 10:00
Na virada dos anos 1970, o quarteto inglês Pink Floyd era o máximo. Além de queridinhos do público e da crítica, seus integrantes também desfrutavam o sucesso com trilhas para cinema e balés de Maurice Béjart. Mas detestavam aparecer. Havia fotos nos discos, é certo. No palco, porém, faziam questão de não ser iluminados. Quando o diretor Adrian Maben decidiu filmá-los, teve de enfrentar uma série de exigências. Para começo de conversa, o guitarrista David Gilmour, o baixista Roger Waters, o tecladista Richard Wright e o baterista Nick Mason se negavam a dublar. E odiavam filmes de concerto. A solução surgiu quando Maben visitou o teatro em ruínas da cidade de Pompéia. Logo sentiu que a acústica e a atmosfera eram perfeitas para a banda, que havia acabado de lançar o álbum Meddle, aquele da orelha. Assim, em outubro de 1971, foi filmado Pink Floyd – live at Pompeii, que surge pela primeira vez em formato DVD, incluído na Versão do diretor.
O repertório é puxado por Echoes, que abre e fecha o documentário, faixa principal de Meddle, de onde também tiraram One of these days (I’m going to cut you in little pieces). A pedido de Maben, Pink Floyd tocou clássicos como A saucerful of secrets e Set the controls for the heart of the sun, do álbum A saucerful of secrets, de 1968, além de Careful with that axe, Eugene de Umma gumma, de 1969. A curiosa Mademoiselle Nobs, um blues cantado, ou melhor uivado por um magnífico exemplar canino da raça afghan, foi gravada e filmada em Paris, assim como os takes das conversas entre os integrantes do grupo. Na entrevista apresentada no DVD, Maben explica o que é seu Director’s cut, que, entre tantas cenas inéditas, traz o conjunto gravando o lendário álbum Dark side of the moon e a montagem de uma nave espacial chegando para assistir à banda ao vivo. Já que ele não dispunha de takes extras, que se perderam com o tempo, preferiu imaginar extraterrestres visitando a Terra só para ouvir o Pink Floyd. O filme original, exibido à exaustão no Sábado som, de Big Boy e Nelson Motta, na década de 1970, está incluído entre os extras. Imperdível.
