05/08/2003 - 10:00
Voz aveludada e eterna vontade de se manter fiel à melhor MPB, o cantor paulistano comemora sete anos de carreira lançando o seu acústico de estúdio. Em nove canções, Navas volta a enfatizar a obra de compositores talentosos, mas um tanto fora do circuito dos já sedimentados. É assim que ele abre o disco com a sempre essencial Alzira Espíndola na delicada Pede pra mim, segue nas asas da paixão com Ícaro, de Fred Martins e Marcelo Diniz, e chega à ansiedade emocional da faixa-título, de Lucina e Elisa Queirós. Seria um álbum irretocável, não fosse a releitura de tom excessivo da supercool Acontecimentos, de Marina Lima e Antonio Cícero, e a certa falta de sutileza que as cordas que o acompanham tiram do arranjo criado para impressionar em Boca abandonada. Nada, contudo, que empalideça o brilho de Carlos Navas, um cantor determinado a não se desviar da rota do requinte.