12/01/2005 - 10:00
Marmelada digital
A eleição da primeira Miss Mundo Digital, a chilena Katty Ko, pode virar caso de polícia. O concurso, idealizado pelo designer italiano Franz Cerami para escolher a mais bela modelo desenhada em computador, contou com a participação de 35 candidatas que recebiam votos pela internet. O problema é que o criador da vencedora, Flávio Parra, é acusado de ter introduzido um programa de computador num dos sites desenvolvido pela empresa onde trabalha, para, automaticamente, computar mais votos para Katty sempre que acessado. Técnicos da universidade italiana de Salerno vão rastrear todos os votos e, se a fraude for confirmada, o designer terá de devolver o prêmio de US$ 5 mil e responder por crime digital.
Sem sujeira
Depois de suarem para tirar a sujeira da obra Davi, de Michelangelo, acumulada por décadas, os especialistas querem evitar tanto trabalho no futuro. Eles afirmam que o pó e a umidade trazidos nas roupas e sapatos dos turistas já estão começando a sujar novamente a escultura de 500 anos. Para isso, estudam algumas alternativas para manter a obra intacta sem ter de fechá-la num vidro. Entre elas, fazer o visitante passar por uma sala esterilizada para se limpar. A outra seria jogar um jato de ar constante sobre a obra, para evitar que o pó grude no mármore da escultura.
Dino anão
Fósseis da versão anã de um dos maiores dinossauros que já passearam pela Terra foram encontrados por pesquisadores europeus numa região ao sul da Alemanha. O minibraquiossauro, como é conhecida a espécie, media dois metros de altura por cinco de comprimentro. O original, que protagonizou o filme o Parque dos Dinossauros (foto), tinha quase cinco vezes este tamanho. A descoberta reforça a teoria de que animais confinados em pequenos territórios tendem a reduzir de tamanho por falta de comida. Os 15 dinos nanicos encontrados viveram no Período Jurássico, entre 208 e 146 milhões de anos atrás, época em que a Alemanha era uma das ilhas que mais tarde formariam o continente europeu.
Música suave
Uma harpa de mais de dois mil anos foi encontrada por arqueólogos austríacos perto de Fritzens, no vale do rio Inn. Com o desenho de um animal mítico – um cavalo com pernas de serpente – e uma inscrição com o que parece ser o nome do seu proprietário escrito no idioma local falado naqueles tempos, a harpa foi encontrada nas ruínas de uma moradia da Idade de Ferro, destruída pelos romanos em 15 a.C. A descoberta indica que a civilização que habitava a região era extremamente culta.
Emergência contra a extinção de animais
O alto grau de devastação e fragmentação da Mata Atlântica se reflete no número de espécies ameaçadas. De acordo com a lista divulgada pelo Ibama, são 633 animais sob risco de extinção. Desses, 60% são encontrados na Mata Atlântica. A situação é preocupante. Menos de 2% da área original da Mata Atlântica está sob proteção integral na forma de Unidades de Conservação, como parques e reservas florestais. Estudo realizado pela Conservação Internacional indica que menos de 15% das espécies ameaçadas estão protegidas. As demais são “espécies-lacuna”, ou sem nenhuma proteção.
A elaboração de listas como esta permite identificar como as ações humanas afetam a possibilidade de extinção desses animais, além de direcionar prioridades. Algumas das espécies ameaçadas só conseguirão sobreviver mediante intervenção direta. Por isso, iniciativas como a elaboração e aplicação de Planos de Ação, o combate ao tráfico de animais silvestres e desmatamento ilegal e a criação de Unidades de Conservação são emergenciais.
Adriano Paglia
Biólogo, é analista de biodiversidade da Conservação Internacional – Brasil e do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix