Há cinco anos afastado dos palcos, e portanto cheio de idéias tiradas das gavetas, o humorista de 65 anos desfia sua inteligência aplicada ao humor elegante neste que é o sétimo espetáculo solo de sua carreira. Da Ave Maria dos humoristas, rezada no início do show, ao final calcado num texto do francês Cyrano de Bergerac, Jô arranca gargalhadas, contracenando apenas com uma cadeira e um latão de lixo. Do avô que serve de álibi para o neto poder ir a raves ao feto que assiste (?), estarrecido, seus pais querendo transar, o gordo exerce seu inquestionável talento. Principalmente, porque no palco não há entrevistados para interrompê-lo.