12/01/2005 - 10:00
Com uma mão o governo deu um aliviozinho na tabela do Imposto de Renda das pessoas físicas da classe média.
Com a outra impôs um novo arrocho tributário para essa mesma classe média que se apresenta ao Fisco como pessoa jurídica. Para compensar a perda de R$ 2 bilhões com a correção de 10% na tabela do IR retido na fonte sobre assalariados, o governo elevou em 25% a Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) e o IR sobre boa parte das empresas prestadoras de serviços. O aumento atinge em cheio escritórios de direito e contabilidade, médicos, dentistas, empresas de segurança e limpeza, consultorias em geral e uma infinidade de profissionais que montam empresas pequenas e médias para prestar serviços a prefeituras e governos estaduais. É a segunda vez que o Leão avança sobre o mesmo grupo nos últimos dois anos. “De 2003 para cá, a CSLL aumentou 266%. É brutal”, diz o tributarista Agenor Manzzano. Para manter o novo aperto o governo deve suar a camisa. Na última quarta-feira 4 a oposição anunciou que pretende derrubar a medida no Congresso. E quer aumentar o alívio na tabela do IR.