Maristela Bacco é uma das mais conceitua das advogadas do País. Metodologicamente cortante nos tribunais e econômica nas palavras para a mídia:

"Detesto espalhafato. Quem é séria trabalha com fato, quem gosta do espalha não tem rigor intelectual." Esse é o método do escritório ao qual ela pertence: Schalch Sociedade de Advogados, um dos principais da América Latina. "Estamos acostumados a ver os arvoredos da corrupção política. Mas há plantas que, se não forem cortadas já, se tornarão árvores frondosas. Isso é um fato", diz Maristela. A planta da corrupção em questão é o prefeito da cidade paulista de Taubaté, Roberto Pereira Peixoto.

"Detesto espalhafato. Quem é séria trabalha com fato, quem gosta do espalha não tem rigor intelectual"

Maristela Bacco, advogada

Quem a rega é a empresa de empreendimentos imobiliários Agra. Com exclusividade, ISTOÉ teve acesso a um dos mais emblemáticos testemunhos da história republicana no quesito corrupção. Uma mulher confessa que "depositou os cheques dados pela Agra em sua conta na Caixa Econômica Federal (cinco de R$ 20 mil e um de R$ 30 mil)". Retirava o ervanário em "quantias inferiores a R$ 5 mil (a orientação era do prefeito) até completar R$ 40 mil". Colocava o dinheiro em "um envelope, grampeava e punha em uma sacola" que era entregue ao prefeito numa churrascaria. As primeiras movimentações foram feitas na agência do bairro Independência. Mas, como a malandragem anda um horror em Taubaté e a mulher quase foi assaltada, transferiu sua conta para a agência do supermercado Shibata.