O documentário “Lixo Extraordinário”, do artista plástico Vik Muniz, é a única obra brasileira que concorre a um Oscar. Centra-se na vida do personagem real Sebastião Carlos dos Santos (foto), catador de lixo em um dos aterros do Rio de Janeiro. Muniz já mora em Nova York, vai fácil à cerimônia de premiação no mês que vem. Sebastião também quer muito estar lá, mas por enquanto só tem enfrentado burocracias e ouvido não ao seu pedido de visto como visitante aos EUA. O seu caso não é exceção: ele passa pelo calvário que todo brasileiro atravessa para a obtenção do visto americano. Mas com certeza o próprio Vik Muniz e o Ministério das Relações Exteriores do governo brasileiro vão ajudá-lo. Não é paternalismo do Estado com quem é pobre. É apenas o mínimo de reconhecimento de que os bons ventos do Oscar vêm do mau cheiro do monturo de Sebastião.