O grande medo em Brasília, na quinta-feira 3, era quanto ao quadro da reforma ministerial que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretendia fechar no final de semana, para ser anunciada nos próximos dias. As primeiras avaliações davam conta de que Lula deverá promover mais mudanças de cadeiras do que o esperado, trazendo até algumas surpresas. Mas sem atingir o problema principal do governo: a coordenação política. Entre as surpresas preparadas, estaria a indicação do novo ministro do Planejamento. Mas, quanto ao cerne do problema do governo, faltava coragem. Tanto o ministro-chefe da Coordenação Política, Aldo Rebelo, como o da Casa Civil, José Dirceu, seriam mantidos em seus cargos, passando-se uma borracha na lambança que fizeram no Congresso nos últimos meses. Até mesmo no Ministério das Cidades, Lula estava com dificuldade de demitir o inexpressivo Olívio Dutra. Na quinta-feira, o presidente chegou a implorar a seus assessores: queria um nome qualquer, para qualquer Pasta, que causasse impacto na opinião pública. Mas todos os lembrados esbarravam no complexo xadrez interno do PT e no excesso de partidos de sua base aliada.