21/01/2011 - 21:00
Assista à reportagem em vídeo:
DELICADEZA
Marca das coleções da Maria Bonita
Sapatilhas com fita, saias com várias camadas de tule, tops em tons pastéis, sobreposições, transparências. Esses delicados elementos, tão característicos do figurino das bailarinas, estão saindo dos estúdios de dança direto para os editoriais de moda e passarelas badaladas do mundo todo. Embalados pelo sucesso do filme “Cisne Negro”, em que a atriz Natalie Portman interpreta uma dançarina do New York City Ballet, grandes estilistas apostam no tradicional balé clássico como a principal tendência para essa temporada. Enquanto a grife francesa Lanvin elegeu a organza, as saias volumosas e a cintura alta como os destaques de sua coleção para a loja de departamentos sueca H&M, aqui no Brasil a marca Maria Bonita Extra também voltou seus olhos para esse universo.
Lanvin para H&M
No desfile de Outono/Inverno 2011 no Fashion Rio, a grife carioca exibiu leggings de tule, moletons com corte de alfaiataria, sapatilhas, collants e muitos “cache-coeur”, aqueles casaquetos com amarração lateral, que literalmente “guardam o coração”. “Quando escolhi o tema para essa coleção, não quis que fosse simplesmente o balé, mas sim a parte esportiva da dança, inspirada no figurino dos ensaios”, conta Ana Magalhães, estilista da Maria Bonita Extra. Os trajes usados pelas bailarinas nos bastidores dos espetáculos também definiram o ponto de partida de uma nova linha de roupas e acessórios da marca alemã Adidas, desenvolvida com a ajuda da dançarina Alessandra Pasquali, da companhia Staatsballett Berlin.
A parceria entre moda e balé vivenciou um de seus melhores momentos no início do século XX. Na época, os figurinos extravagantes da companhia itinerante de dança Ballets Russes influenciavam grandes estilistas, como os franceses Coco Chanel (1883-1971) e Yves Saint Laurent (1936-2008). De lá para cá, o romantismo característico da dança ressurgiu na moda misturado com estéticas opostas, como as estampas camufladas do estilo militar ou os couros e as tachas do rock. Afinal, quem não se lembra de Madonna com seus corpetes, saias de tutu, laços e crucifixos? “Hoje, a bailarina do século XXI ostenta um visual mais atlético e refinado”, afirma a stylist Manu Carvalho. “A moda balé é muito democrática e combina com mulheres de várias silhuetas e personalidades.” Ótima notícia para quem não abre mão da feminilidade.