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“Tem piloto que bebe uísque antes da largada. Tem gente que fuma maconha, cheira…”
Renato Russo, piloto de Stock Car Light

O cenário pintado foi de uma terra sem lei: pilotos tomando um trago antes da largada, alguns pesados demais para suportar o desgaste físico de uma corrida profissional, jogando seus carros para cima uns dos outros. Feitas pelo piloto de Stock Car Light Renato Russo, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, essas acusações alvoroçaram o automobilismo nacional. Em sua mais contundente declaração, ele afirmou que “tem piloto que bebe uísque antes da largada. Tem gente que fuma maconha, cheira…” Na quartafeira 20, Russo, integrante da ATW Motorsports alegou que foi mal interpretado e deu novas explicações. “Não quis prejudicar a imagem da categoria. Minha intenção era chamar a atenção para a necessidade da realização do exame antidoping nas corridas”, disse. O estrago, porém, já estava feito.

Presidente da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA), Paulo Scaglione encaminhou as acusações de Russo para o tribunal de justiça da entidade. Ele deve ser intimado a prestar depoimento e, caso não apresente provas, pode ser suspenso. “Se o Russo sabia que algum piloto dirigiu bêbado ou drogado e não avisou ao diretor da prova, ele foi conivente e colocou em risco a própria vida e a dos demais pilotos”, diz Scaglione. Os pilotos de Stock Car rechaçaram o uso de bebidas e drogas antes das corridas. “Nunca vi ou soube de alguém que tenha bebido, cheirado ou fumado antes de sentar-se em um carro de corrida”, afirma Chico Serra, tricampeão de Stock Car e atualmente na Fórmula Truck. O apresentador Otávio Mesquita, que corre na Stock Car Light, diz que já foi retirado dos boxes por estar com um copo de cerveja nas mãos após a prova. “Se existe (o uso de drogas e álcool), é na vida privada dos pilotos, como em qualquer outra profissão.”

Russo perdeu 30 centímetros do intestino delgado no mesmo acidente que causou a morte do piloto Rafael Sperafico durante uma prova da Stock Car Light, em dezembro de 2007. Ele defende o antidoping como medida para aumentar a segurança nas pistas (leia quadro). “Só quem já passou por uma situação como a minha sabe a importância dessas ações”, afirma o piloto, que recebeu alta parcial para voltar a correr na segunda-feira 18. O médicochefe da Stock Car, Dino Altman, confirmou que o exame antidoping está previsto nas regras da categoria a partir deste ano. A realização, porém, ainda depende do treinamento de pessoal e de questões burocráticas, que provavelmente não estarão resolvidas até a primeira prova do ano, marcada para 13 de abril, em São Paulo.

 

 

NOVAS REGRAS DE SEGURANÇA NA STOCK CAR LIGHT

 

• Foi criada uma comissão de segurança para inspecionar os autódromos e sugerir melhorias
• O número de pilotos que disputam uma prova foi reduzido de 38 para 34 – em 2009 serão 32
• Os carros agora têm espumas especiais em regiões estratégicas para absorver melhor os impactos frontais e laterais
• Os carros agora têm espumas especiais em regiões estratégicas para absorver melhor os impactos frontais e laterais

 

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