28/07/2004 - 10:00
Hellboy (cartaz nacional na sexta-feira 30) – Sob as ordens dos nazistas, o monge louco Rasputin (Karel Roden) conjura um demônio no final da Segunda Guerra. Recolhido pelas forças aliadas e criado pelo professor Bruttenholm (John Hurt), hoje o diabo cinquentão passaria por um tira nova-iorquino com seu charuto no canto da boca, não fosse um monstrengo vermelho de dois metros de altura e chifres serrados para não chamar a atenção. Ele é Hellboy (Ron Perlman) e se envolve em confrontos espetaculares depois do retorno de Rasputin, que completa sua missão povoando a terra de demônios. Nesta aventura do diretor mexicano Guillermo del Toro, o herói dos quadrinhos criado por Mike Mignola é bastante valorizado pela interpretação de Perlman. O ator, que atua dentro de uma couraça emborrachada, até consegue dar certo ar bogartiano à sua paixão por Liz Sherman (Selma Blair), a garota que provoca incêndios a cada vez que se descontrola. (Luiz Chagas)
O Amigo da Onça (no canal pago STV – Rede SescSenac de Televisão, dia 30, às 22h) – Inconfundível, com nariz adunco, entradas no cabelo, bigodinho fino emoldurando a piteira e um summer jacket impecável, O Amigo da Onça tornou-se uma das figuras mais conhecidas do humor gráfico brasileiro. Criado em 1943 pelo pernambucano Péricles Maranhão, a pedido de Leão Gondim de Oliveira, então diretor da extinta revista O Cruzeiro, o personagem ficou famoso pelas artimanhas de sempre colocar as pessoas em situações nada agradáveis. Situada no tempo e na história, a saga de Péricles e seu personagem é agora analisada neste documentário dirigido por Dimas de Oliveira Junior e Felipe Harazim com base em preciosos depoimentos da viúva do artista, Angélica Maranhão, de cartunistas como Jal e Maringoni, do historiador Marco Antonio da Silva e do ator Paulo Betti. (Luiz Chagas)
Canção transparente, com Olivia Hime (Biscoito Fino) – Em seu primeiro álbum no qual a intérprete assina todas as letras – a maior parte em parceria com Francis Hime –, a companhia musical é das melhores. São profissionais de primeira, que pilotam delicados violões e violas, percussão sutil e metais tão suaves quanto a voz da cantora, que se esmera na romântica faixa-título, na nostálgica Cartão
postal ou na caipirinha Parintintim, com arranjo que remete a Villa-Lobos. (Apoenan Rodrigues)
Coyote Bar (Rua Quatá, 603, Vila Olímpia, São Paulo) – Aberto para servir de refúgio do bate-estaca eletrônico e do remelexo do pagode, a casa mostra suas intenções logo no bar, com um balcão de 20 metros em forma de guitarra. É sobre ele que bargirls estrategicamente tatuadas dançam agitadas ao som de rock’n’roll. O visual acompanha em estilo a trilha sonora. Basta ver o Cadillac 1974 que pende do teto. De quarta a sábado há música ao vivo. (Luiz Chagas)