O Rio de Janeiro continua sendo, o Rio de Janeiro continua lindo. Mas a metrópole já não é o único pólo turístico do Estado. No interior e em outras regiões do litoral, assiste-se a um agitado vaivém de turistas brasileiros e internacionais. O balneário de Armação de Búzios, na chamada Costa do Sol fluminense, que historicamente ocupava o décimo lugar entre as cidades brasileiras mais visitadas por estrangeiros, pulou para o sétimo lugar – serão pelo menos 175 mil visitantes em 2004. Paraty, memória colonial do Ciclo do Ouro, na Costa Verde, palco do já respeitadíssimo Festival de Literatura, passou a ser a quinta cidade mais visitada por franceses e ingleses. O turismo rural nas fazendas do Ciclo do Café, próximo a Valença e Vassouras, e o ecoturismo da Serra Verde Imperial, de Petrópolis e Teresópolis, são outros centros de interesse. “Vivemos um momento auspicioso para o turismo fluminense”, diz Sérgio Ricardo de Almeida, secretário estadual de Turismo. “Os bons resultados refletem os esforços do empresariado, das entidades de classe e das parcerias com órgãos oficiais.”

A cidade do Rio, naturalmente, é ainda o principal portão de entrada – em 2003, ela recebeu 37% dos turistas estrangeiros que desembarcaram no Brasil, num total de 1,5 milhão de pessoas. Deixaram nos cofres públicos, ao longo da alta temporada, US$ 950 milhões. Para levá-los das praias de Ipanema e Copacabana para o interior, o governo do Estado e as empresas debaixo do guarda-chuva da Federação das Indústrias, a Firjan, aderiram a políticas de atração e incentivo. Um passo fundamental neste caminho foi uma dupla iniciativa no setor da aviação: a ampliação dos aeroportos de Resende, Campos, Macaé, Angra dos Reis e Paraty e também a redução da alíquota sobre combustível para aeronaves de 20% para 17%. O objetivo: levar mais gente para circular nas outras belezas do Estado. Some-se a isso uma ampla campanha de divulgação, “O Rio é de Vocês”. Trata-se da promoção dos atrativos do interior em outras cidades brasileiras, em locais públicos como shopping, e em Portugal.

A Secretaria Estadual de Turismo recebeu R$ 1,2 milhão, em maio, para deflagrar a divulgação. Uma outra idéia, já em andamento, é a realização de um censo de turismo rural e ecoturismo na Região das Agulhas Negras e no Vale do Paraíba. O Estado, evidentemente, se orgulha do invencível cartão-postal do Cristo Redentor e do Pão de Açúcar, mas sabe que ele pode servir a outros endereços. “Ao redor da Cidade Maravilhosa temos um dos mais diversificados conjuntos de atrativos naturais do Brasil e do mundo”, resume o secretário. Num planeta sem fronteiras, é uma magnífica indústria.