12/01/2005 - 10:00
Sucesso: Maria Elisa melhorou após ter aderido ao remédio do tipo 2 em 1
Combinar substâncias para produzir remédios mais eficazes é o caminho que muitos laboratórios estão percorrendo para potencializar o tratamento de algumas patologias. Essas associações podem significar alívio, conforto e qualidade de vida para muitos pacientes. Um dos mais recentes a chegar às prateleiras das farmácias é o Vytorin, da Merck Sharp & Dohme, um inibidor de colesterol que agrega duas substâncias: a sinvastatina e a ezetimiba. O primeiro composto bloqueia a síntese do LDL (colesterol ruim) no fígado e em outros tecidos. Já a ezetimiba coíbe ou diminui a absorção do LDL pelo intestino. Essa dupla ação reduz os níveis de produção do colesterol com grande eficácia.
As misturas potentes ganharam o apoio de médicos. Para o presidente da Sociedade Paulista de Cardiologia, Otávio Rizzi Coelho, pelo menos nas áreas da cardiologia, da diabete e da hipertensão arterial as combinações têm se mostrado mais eficazes no tratamento e na redução dos efeitos indesejáveis. “No passado, era preciso administrar doses maiores dos remédios para tentar um resultado satisfatório. Essa prática tinha pouca eficácia e aumentava os efeitos colaterais. Com as associações, é possível usar doses menores e obter resultados mais completos”, explica Coelho.
Que o diga a professora paulista Maria Elisa Criscuolo, 53 anos. Ela herdou
dos pais a tendência a ter colesterol elevado. Para contornar o problema, adotou uma rigorosa dieta, passou a fazer atividades físicas e a tomar remédios diariamente. “Com tudo isso ainda vivia com o colesterol nas nuvens. Já tomei vários tipos de medicamentos, mas a melhora era muito sutil”, conta ela. Recentemente, sob recomendação de seu médico, passou a usar o Vytorin. Os sinais de melhora começaram com a diminuição do cansaço, que a impedia até de subir escadas. Mas foi o resultado do exame de sangue que deixou a professora mais feliz. “Em outubro estava com colesterol de 296. Um mês depois, repeti o exame e o colesterol caiu para 177. Nem acreditei, isso nunca havia acontecido. Nunca me senti tão bem”, comemora a professora.
Neste ano, o mercado receberá mais um produto com substâncias combinadas. Mas desta vez a promessa é combater dois males com um comprimido só. Além de ajudar no controle do colesterol – devido à ação do princípio ativo atorvastina –, o Caduet, da Pfizer, funciona como anti-hipertensivo.
Na luta contra a diabete, a associação de substâncias também é uma boa estratégia. É o caso do Glucovance, da Merck Brasil. O medicamento reúne duas substâncias, a metformina e a glibenclamida. A primeira aumenta a sensibilidade à insulina. A segunda estimula a produção do hormônio. “Uma vantagem é que ele possui um sistema inteligente de liberação de micropartículas, que são disponibilizadas aos poucos para a circulação. Isso dá um tempo de ação mais prolongado que combina melhor com o processo de digestão”, afirma o endocrinologista Márcio Krakauer, presidente da Associação de Diabéticos do ABC paulista. Segundo ele, a doença está associada a outros males, o que obriga o paciente a usar vários medicamentos simultaneamente. Com misturas como essas, diminui-se o número de comprimidos diariamente ingeridos pelo portador.