28/07/2004 - 10:00
Perto do Palácio do Catete, onde Getúlio Vargas pôs fim à sua vida em 1954, pulsa o coração do governo fluminense. É.um pedaço da cidade que respira história. No Palácio das Laranjeiras, sede do governo do Estado, em meio a jardins extremamente bem cuidados, a governadora Rosinha Matheus defende os investimentos no Rio.
Quais são os setores prioritários?
“Nosso desenvolvimento é regionali-zado. Isso foi iniciado em 1999, no governo do Garotinho, porque só havia crescimento na capital, o que inviabilizava o interior do Estado. Isso fazia com que as pessoas deixassem suas cidades e viessem buscar emprego na cidade do Rio de Janeiro. Esse movimento contínuo durante muitos anos resultou no nascimento de favelas na capital. O único jeito, então, foi gerar riquezas no interior. Um bom exemplo é o noroeste fluminense, que recebeu investimentos para o desenvolvimento de um grande programa de fruticultura e agroindústria. Hoje, temos mais de 20 mil pessoas trabalhando nesse setor.”
Que outros potenciais a senhora encontrou nas demais regiões do Estado?
“A região norte é ligada ao petróleo e a serrana abriga os pólos de confecções, tecnológico e de floricultura. Em Niterói, abrimos oito estaleiros entre o meu governo e o do Garotinho, o que gerou 8 mil empregos diretos nesse período. Sem contar o desenvolvimento do turismo na região dos Lagos, por exemplo. Lá, queremos transformar o aeroporto de Cabo Frio em internacional, o que demandaria R$ 8 milhões de investimento do Estado, sendo que R$ 5 milhões já foram gastos. O investimento total é de R$ 18 milhões.”
Na composição do PIB estadual, a extração de petróleo está em primeiro lugar, com 19%, e a sua participação é crescente. Esse setor continuará sendo o principal gerador de riquezas do Rio?
“Hoje, o petróleo e o setor naval são as nossas principais atividades econômicas. Agora, o complemento de tudo isso é a refinaria de petróleo. Há outros Estados interessados, mas quem produz 87% do petróleo e só refina 13% é o Rio. Nós vivemos em um país que é uma Federação. E acredito que uma Federação deve respeitar as riquezas de cada Estado. Ninguém nunca me viu brigando para ter os impostos do minério que pertence ao Estado de Minas Gerais ou tampouco da Amazônia. Agora, eu também não posso permitir que queiram brigar pela riqueza do Rio de Janeiro. O Estado do Rio de Janeiro produz hoje 1,3 milhão de barris de petróleo por dia. Isso é duas vezes o que o Catar produz atualmente.”