12/10/2005 - 10:00
O tênis brasileiro possui o seu templo profissional, o Brasil Open da Costa do Sauípe (BA), o mais relevante torneio do País. Nada mais justo para o esporte, portanto, do que apresentar também sua versão de centro de excelência, um pólo de transmissão de técnicas, conhecimentos, experiências e prazeres relacionados ao jogo das raquetes, sejam elas empunhadas por amadores ou profissionais. Pois esse lugar existe, chama-se Unisys Arena e se espalha por um terreno de 32 mil metros quadrados na marginal do rio Pinheiros, no Morumbi, zona sul de São Paulo. São 12 quadras oficiais com isolamentos térmico e acústico. Seis abertas, outras seis cobertas com pé direito de 16 metros. Cinco de saibro, sete sintéticas, com piso Lisonda, o mais usado do mundo. Além disso, há três quadras de squash, três de pádel (mistura de tênis e squash geralmente jogado em duplas, em que a bola pode tocar nos muros que cercam a quadra), uma área de luta livre e artes marciais, uma grande academia com equipamentos do mesmo fabricante escolhido para os Jogos de Atenas 2004 e uma clínica esportiva pronta para realizar de testes de resistência a acupuntura. A soma de tudo isso resulta no maior e mais bem equipado complexo de tênis na América Latina.
Alto nível – Torneios e eventos para executivos de empresas são realizados com freqüência (leia quadro), mas qualquer um pode alugar quadras a R$ 70 por hora ou fechar pacotes individuais a R$ 170 mensais. Dois dos três sócios, Otávio Antonio Della e Ricardo Eichenberg de Camargo, competiram em circuitos mundiais amadores e profissionais. Em 1988, Della, o Tato, com 20 anos, tornou-se o mais jovem campeão brasileiro profissional até então. Os dois associaram-se a Plínio Diniz Bernardini, neto do fundador do Grupo Pão de Açúcar, Valentim Diniz. O conhecimento e a seriedade do trio atraem profissionais e tenistas de alto nível. Um deles é o preparador físico Eduardo Faria, que acompanhou Fernando Meligeni em seus últimos seis anos de quadra e é considerado pelo ex-tenista o profissional que mais contribuiu para sua evolução. Outro é o ex-tenista e atual técnico Roberto Marcher, dono de uma carreira brilhante nas quadras, que inclui títulos nacionais e uma longa parceria com Thomas Koch.
Em busca dessa excelência, novos ídolos do esporte transformam a Unisys Arena numa bem freqüentada passarela informal. Meses atrás, o campeão Guga, hoje na posição 131 da Corrida dos Campeões da ATP, treinou 15 dias por lá. Ricardo Mello, hoje o primeiro brasileiro na ATP, e André Sá, o quinto, usaram o espaço várias vezes e sempre aparecem. Na quinta-feira 6, ISTOÉ acompanhou o bate-bola de outro craque, Flávio Saretta (154º na Corrida dos Campeões e 3º), com o seu técnico, João Zwetsch. “Além dos recursos fantásticos, quando João está fora aconselho-me com Tato, Ricardo e Marcher”, revela Saretta. O lado social do jogo também recebe bola. A cada seis meses, no projeto Escola de Fábrica, a Unisys Arena renova turmas de 45 estagiários de baixa renda dos 16 aos 24 anos. “Eles recebem noções de esporte, atendimento e produção de eventos. Esse projeto é a nossa menina-dos-olhos”, entusiasma-se Tato. Bola dentro, seu juiz, bola dentro.