Desde a criação do primeiro jornal brasileiro, em 1808, em meio às mudanças que agitavam o País com a chegada da família real, até o advento da internet e da informação globalizada, a imprensa nacional alternou-se em momentos de servilismo, independência, censura e liberdade. É essa trajetória de dois séculos que é retratada no livro História da imprensa no Brasil (Contexto, 304 págs., R$ 49), organizado pelas historiadoras Ana Luiza Martins e Tania Regina de Luca (ambas doutoras pela Universidade de São Paulo). Com capítulos escritos por diferentes autores, a obra reúne artigos e estudos de especialistas e profissionais da área e reconstitui os diversos períodos do jornalismo em nosso país.

Divide-se em três partes: a primeira chama-se Primórdios da Imprensa no Brasil e traz textos de Marco Morel e Ana Luiza mostrando o momento de sua fundação e a visão crítica que tinha em relação ao poder e às elites. Tempos Eufóricos da Imprensa Republicana, a segunda parte, aborda o progresso alcançado no século XX, quando novidades como a luz elétrica, o telefone e a máquina de escrever ajudaram a profissionalizar o setor. Autores como Maria de Lourdes Eleutério e Antonio Arnoni Prado, entre outros, mostram que é nesse período que os jornais começam a se abrir para a vida política, tornando- se cada vez mais poderosos. A terceira e última parte, De 1950 aos Nossos Dias, traz artigos de Cláudio Camargo e Luiza Villaméa, jornalistas de ISTOÉ, retratando a complexidade do exercício da profissão atualmente devido à globalização. História da imprensa no Brasil soma pontos de vista contemporâneos, embasados em estudos abrangentes. Dessa forma, sublinha a dupla função da imprensa ao longo de sua trajetória: a de observadora e a de participante direta da história de nossa sociedade.

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