Segundo álbum dos Paralamas do Sucesso depois do acidente de Herbert Vianna, Hoje (EMI) é simpático, apesar de não inovar nem surpreender. Aguardado com expectativa desde a turnê “recomeço”, que lhes rendeu Uns dias ao vivo, no final de 2003, o novo trabalho provavelmente frustrará ouvidos mais ansiosos. Mas agradará aos despretensiosos. Como era de esperar, expõe um Herbert ainda muito machucado com a perda da mulher Lucy – morta durante a queda do ultraleve que deixou o músico paraplégico em 2001 – e segue o mesmo estilo ska romântico de sempre. “Ela me fez cantar, sorrir, sonhar, sentir tesão/ me entreguei, fiz tudo o que ela quis/ mas o destino me deixou na mão/ se assim, que não seja o fim”, lamenta em 2 A.

À exceção de Soledad cidadão, cuja balada é quebrada com os versos sujos de Manu Chao, e da ótima versão de Deus lhe pague, de Chico Buarque, nada é
muito novidadeiro. E olha que não faltaram parcerias junto ao trio, formado ainda
por João Barone e Bi Ribeiro. Andreas Kisser toca guitarra em Fora do lugar, Nando Reis compôs e toca violão em Pétalas e o DJ Marcelinho da Lua assina Ao acaso dub, versão de Ao acaso.